Assim com em Atenas-2004, a Austrália se manteve com a segunda colocação na natação em Pequim, a edição dos Jogos Olímpicos que será lembrada pela consagração do nadador norte-americano Michael Phelps. Os EUA lideraram na modalidade, com a Austrália em segundo, seguida de Grã-Bretanha e França, empatadas no terceiro lugar que havia sido do Japão há quatro anos.
Eamon Sullivan, homem mais rápido do mundo nos 50 m livre, ficou fora do pódio em sua prova mais forte, terminando a final em sexto lugar. O australiano foi superado pelo rival brasileiro César Cielo, campeão e novo recordista olímpico da prova, que teve o pódio completado pelos franceses Amaury Leveaux e Alain Bernard, respectivamente medalhistas de prata e bronze.
Não fosse o sucesso das mulheres nas piscinas de Pequim, a Austrália sairia sem uma medalha de ouro sequer na natação desta última edição dos Jogos Olímpicos. Elas venceram seis das 14 provas disputadas no Cubo d’Água. Agora a natação australiana ostenta 58 medalhas de ouro no quadro geral das Olimpíadas.
Mesmo ofuscados pelo brilho de Phelps, os australianos evoluíram em conquistas na natação em comparação com Atenas. A marca de 15 medalhas em 2004 foi ampliada para 20 em Pequim.
Saudades de Thorpe
Um grande nome da natação mundial fez parte das conquistas australianas em Atenas-2004. Conquistando duas medalhas de ouro, Ian Thorpe se consagrou como maior campeão olímpico da Austrália, com cinco ouros. Em Sydney-2000, o nadador já havia vencido três provas. Thorpe anunciou sua aposentadoria das piscinas em novembro de 2006.
Na Grécia o desempenho das nadadoras da Austrália não deixou de ser marcante. O time feminino venceu quatro provas (100 m livre, 100 m borboleta e revezamentos 4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley).
A segunda categoria de maior êxito dos australianos em Jogos Olímpicos é o atletismo. A modalidade rendeu ao país 18 medalhas de ouro na história das Olimpíadas.
Um ícone do esporte no país é Cathy Freeman, a primeira mulher de etnia aborígine a representar a Austrália em Jogos Olímpicos, em Barcelona-1992. A atleta chamou atenção para questões raciais em seu país desfilando com a bandeira aborígine na pista após suas vitórias. Especializada nos 400 m rasos, ela foi prata em Atlanta-1996 e ouro em Sydney-2000.
A pista de atletismo do Ninho de Pássaro foi palco da Jamaica em 2008. Assim como Phelps nas piscinas, o velocista Usain Bolt foi o grande nome da modalidade, ao vencer e quebrar os recordes mundiais das duas provas mais rápidas: os 100 m e 200 m rasos. A Austrália, com apenas quarto medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze), terminou na nona posição geral, empatada com a Grã-Bretanha.
O time de ciclismo, que havia sido uma das alegrias do país nos Jogos de Atenas não repetiu a dose em Pequim. Na Grécia, das 18 medalhas de ouro possíveis, a equipe australiana levou seis. Em Pequim, o país sai apenas com uma prata, da ciclista Anna Meares, conquistada na prova de velocidade na pista olímpica.
História
A cidade de Melbourne foi sede dos Jogos de 1956 com apenas um voto de vantagem sobre Buenos Aires, na Argentina. Pela primeira vez as Olimpíadas foram disputadas no Hemisfério Sul. A distância fez com que o número de atletas e de países participantes diminuísse. As provas de hipismo foram disputadas na Suécia, devido à quarentena de seis meses imposta pela Austrália aos cavalos estrangeiros.
A primeira grande conquista na história do atletismo australiano em Olimpíadas data dos primeiros Jogos da Era Moderna, em Atenas-1896, quando a Austrália competia sob a bandeira britânica. Edwin “Teddy” Flack levou duas medalhas de ouro nos 800 m e 1500 m. Na mesma competição, Flack ainda foi bronze no tênis de duplas.
Eamon Sullivan segue recordista mundial dos 50 m livre (21s28). Porém na final olímpica em que César Cielo foi campeão, o australiano ficou em sexto
Freddy Lane foi o primeiro medalhista da natação do país, em Paris-1900. Ele venceu os 200 m livre em prova que foi disputada no Rio Sena.
* Dados: The World Factbook - CIA
** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007