UOL Olimpíadas 2008 Países participantes
 

China

Arte UOL
Resumo de medalhas
Posição Ouro Prata Bronze Total
51 21 28 100
Posição Ouro Prata Bronze Total
12º 112 96 78 286
Capital
Pequim
Idioma
Chinês mandarim
Área do território
9.596.960 km2
População
1,3 bilhão
Forma de governo
República de partido único
PIB*
US$ 3,2 trilhões
Moeda
Yuan
Posição no IDH**
81º (0,777)

China termina campanha como líder absoluta destes Jogos

Foi em 2001 que a China marcou o posto de grande potência esportiva e deu mais um passo para se firmar no cenário mundial como novo expoente econômico. O Comitê Olímpico Internacional anunciou o país como sede das Olimpíadas de 2008 em um processo que consolidou a política chinesa de investimentos no esporte.

Essa conquista no século 21 tem suas origens nos acontecimentos políticos e sociais nos 100 anos anteriores na China. Mesmo com participações anteriores à revolução comunista de 1949 e algumas após nos Jogos, o país viveu um período de isolamento no esporte até a volta em Los Angeles-1984.

De lá para cá, o número de medalhas não pára de aumentar. O país conquistou 15 medalhas douradas em 1984, mas pulou para 32 só nos Jogos de Atenas-2004, o que garantiu o segundo posto no quadro geral. As apostas eram que nesta edição os chineses deveriam, fatalmente, passar à frente dos norte-americanos no número de medalhas de ouro, o que os colocaria como líderes no quadro de medalhas. Sem surpresas, foi exatamente o que aconteceu.

A China fechou os Jogos com 51 medalhas de ouro, 21 de prata e 28 de bronze, num total redondo de 100 medalhas. A imprensa norte-americana anunciava a vitória dos EUA no quadro geral de medalhas, alegando que o país obteve 110 pódios no total, mas ignorando o fato de que destes, apenas 36 foram ouro, critério usado universalmente para montar o ranking de países.

Esta foi a quarta vez que um país ganhou mais de 50 medalhas de ouro numa única edição dos Jogos. EUA, Reino Unido e a extinta União Soviética conseguiram o feito anteriormente.

Não por coincidência, foi a partir das relações com os EUA em meados da década de 1970 que os chineses colocaram foco na abertura do seu mercado e os investimentos no esporte, até como forma de propaganda estatal, começaram a surgir.

Foi com a ascensão de Deng Xiaoping e a morte de Mao Tsé-Tung que a aproximação dos EUA ocorreu, e a China começou a receber investimentos do exterior, virou um país que mais cresceu nas últimas três décadas (cerca de 10% ao ano) e galpão fabril do mundo. A economia refletia no esporte com resultados internacionais.

Bem diferente do solitário atleta chinês que disputou os Jogos de 1932, em Los Angeles, ou os poucos que estiveram em Berlim-1936 e Londres-1948. Nos Jogos seguintes, fatos marcaram os chineses nas Olimpíadas. Em 1952, em Helsinque, a delegação foi impedida de entrar no país. Oito anos depois, em Roma, a delegação de Taiwan, dissidente capitalista do país, abrigou os atletas chineses, que entraram com uma faixa em inglês: "Under Protest" ("Sob protesto").

Mais tarde, Taiwan seria uma fonte de inspiração para outro setor dos chineses: o mercado pirata. A China continental, com seu "socialismo de mercado" (economia aberta e política fechada), abriu as portas para exportação com cópias de produtos conhecidos do mundo ocidental.

A imitação veio também nos esportes. Além do já conhecido bom desempenho no tênis de mesa, esporte que os chineses detêm o domínio mundial, foi a partir da década de 1990 e do começo do século 21, que os orientais chegaram com força nas modalidades que antes tinham pouca relevância.

Quem diria que um chinês faria sucesso nas quadras da liga norte-americana profissional ou que um chinês virasse recordista de uma prova de velocidade no atletismo há 40 anos. Yao Ming, pivô do Houston Rockets e astro da seleção masculina de basquete nacional, e Liu Xiang, medalhista de ouro nos 110 m com barreiras em Atenas, tornaram-se o marco da transformação.

Em Pequim, estes dois nomes tiveram conclusões tristes para os chineses. Yao Ming, comandante da equipe de basquete, foi anulado no jogo contra a Lituânia nas quartas-de-final e a China acabou eliminada da competição. Já Liu Xiang nem chegou a participar dos Jogos. Uma lesão no calcanhar direito o fez desistir nas eliminatórias dos 110 m com barreiras, quando saiu mancando do estádio, uma das cenas mais melancólicas desta Olimpíada.

A potência esportiva chinesa se baseia em esportes com tradição por lá, como o próprio tênis de mesa, ginástica artística, badminton e saltos ornamentais. Mas o país-sede tinha algumas cartas na manga.

Com uma trupe de 40 técnicos estrangeiros contratados para realizar a façanha de ver a China no topo do quadro de medalhas, o país conseguiu pódios em esportes sem nenhuma tradição, como o vôlei de praia, a ginástica rítmica e a vela.

No tiro com arco, a chinesa Juan Juan Zhang desbancou a sul-coreana Sung-Hyun Park por um ponto, num vacilo da favorita, medalhista de ouro em Atenas-2004. Outra grande surpresa foi o ouro no skiff quádruplo, no remo. As chinesas venceram as campeãs britânicas e ficaram com o ouro.

Astro

AFP

Lin Ma

Ele venceu Hao Wang, líder mundial do tênis de mesa, e ficou com o ouro na modalidade mais tradicional de seu país.

Curiosidade

Reprodução

Diplomacia na mesa

Em 1971, atletas dos EUA foram à China com oficiais do governo para relações por meio do esporte. O fato foi retratado no filme Forrest Gump (f)

* Dados: The World Factbook - CIA

** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007

Compartilhe: