Localizada na região central da Europa Oriental, Belarus (antiga Bielo-Rússia, palavra que significa a "Rússia branca") é uma das 12 repúblicas que em 1991 surgiram do desmembramento da URSS. Analistas apontam que o país acabou herdando o pior da Era soviética: economia estagnada, centralismo político e repressão aos opositores.
Por outro lado, apesar da sua curta tradição olímpica, o país acumula invejáveis 66 medalhas em apenas quatro edições sob sua bandeira. Desde Atlanta-1996, primeira edição olímpica após a fragmentação da CEI (Comunidade dos Países Independentes), atletismo, judô e remo renderam quinze ouros ao país. Somente na última edição dos Jogos, o país conquistou a décima sexta colocação no quadro de medalhas dos Jogos de Pequim com 19 medalhas, ficando sete posições a frente do Brasil.
Na última edição dos Jogos, em Pequim-2008, a experiente remadora Ekaterina Karsten, ícone no país, faturou a medalha de bronze no Skiff simples. Considerada a maior atleta olímpica bielo-russa, ela foi condecorada antes da sua quinta Olimpíada pelo presidente do país, Aleksandr Lukashenko, considerado o "último ditador da Europa" (está no poder desde 1994). Pentacampeã mundial no skiff simples (1997, 1999, 2005, 2006 e 2007), Ekaterina dominou o esporte também nos Jogos: foi bronze em Barcelona-1992, ainda integrava o skiff quádruplo, para em seguida conquistar dois ouros, em Atlanta-1996 e Sydney-2000. Em Atenas-2004, levou a prata.
Nas últimas três edições dos Jogos, Belarus se manteve com uma média de 16 medalhas, e desbancou favoritos em algumas provas tradicionais. Nas pistas, Yulia Nesterenko venceu os 100 m rasos em Atenas-2004, desbancando a norte-americana Lauryn Williams e a jamaicana Verônica Campbell. Na Grécia, Nesterenko fez história ao tornar-se a primeira branca e não-americana a vencer esta prova desde Moscou-1980. Na China, Inna Zhukova da ginástica rítmica ganhou a medalha de prata, após uma série equilibradíssima e bastante convincente, ficando à frente da ucraniana Anna Bessonova, favorita na prova.
Esta medalha representa que, durante sua breve trajetória olímpica, Belarus conseguiu consolidar a sua tradição na ginástica rítmica. O país costuma concorrer com potências nas competições mundiais e olímpicas, e levou duas medalhas de prata em Sydney-2000, por equipes e com Yulia Raskina, aposentada. Sucessora de Raskina, Inna Zhukova, que levou a medalha de bronze na corda e com o conjunto no Mundial de 2007 e foi prata nas Olimpíadas de Pequim no individual geral, mostra a força do país na modalidade. Na Alemanha, Belarus também foi prata na competição por equipe. O país ainda faturou um bronze na ginástica rítmica na prova por equipes em Pequim-2008, quando se classificou em primeiro lugar para a disputa da final.
Aos 36 anos e com quatro Olimpíadas no currículo, remadora ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim
Oito anos depois de ter sido expulsa do esporte por uso de anabolizantes, Ellina Zvereva conquistou o ouro no arremesso de disco em Sydney-2000
* Dados: The World Factbook - CIA
** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007