UOL Olimpíadas 2008 Países participantes
 

África do Sul

Arte UOL
Resumo de medalhas
Posição Ouro Prata Bronze Total
71º 0 1 0 1
Posição Ouro Prata Bronze Total
35º 20 23 26 69
Capital
Pretória, Cidade do Cabo e Bloemfonteim
Idioma
Inglês, africâner, xhosa, zulu, sotho, entre outras
Área do território
1.219.912 km2
População
43,7 milhões
Forma de governo
República presidencialista
PIB*
US$ 282 bilhões
Moeda
Rand
Posição no IDH**
121º (0,674)

Marcada pelo apartheid, força sul-africana vem principalmente das piscinas

O colonialismo europeu no século 19 reservou à África do Sul uma particularidade cruel. Um regime institucionalizado de segregação racial separou um país em cidadãos brancos e não-cidadãos negros. Durante quase cinco décadas o apartheid excluiu da sociedade uma maioria não-branca e perverteu a sociedade sul-africana. Tal crueldade não passou incólume pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Em Tóquio-1964, a África do Sul foi bandida dos Jogos enquanto não condenasse e abolisse o regime segregatório.

A crise “político-esportiva” agravou-se em Montreal-1976, quando 26 países africanos além de Iraque e Guiana recusaram-se a participar dos Jogos e se voltaram contra o COI, que não puniu a Nova Zelândia por realizar amistosos contra a África do Sul em excursão do time de rúgbi, esporte não-olímpico. A alegação extrapolava o âmbito competitivo: por conta do apartheid, a África do Sul deveria permanecer excluída da comunidade esportiva internacional. Banida, a África do Sul só aparece novamente na história olímpica em Barcelona-1992, quando regime racial se arrastava para seu fim.

Um grande exemplo da situação política do país se traduziu em Atlanta-1996. Josiah Thugwane surpreendeu o mundo ao vencer a prestigiada maratona. O fato que elevou um maratonista pobre e semi-analfabeto à condição de ídolo nacional é, ao mesmo tempo, um exemplo de superação pessoal e vergonha: ele foi o primeiro e único atleta negro a ganhar uma medalha de ouro. O país ainda vive um abismo social entre negros e brancos, mesmo com as leis segregacionistas encerradas.

Herança do passado colonial, a África do Sul mantém dois dos seus três esportes mais populares ligados à aristocracia inglesa: o rúgbi e o críquete, esportes que foram excluídos dos Jogos Olímpicos. O terceiro esporte é o futebol, que prepara uma seleção nacional para representar bem a sede do Mundial-2010, mas que não se classificou para Pequim-2008. Apesar disso e do longo período afastada, a África do Sul figura à frente do Brasil no histórico de medalhas (35ª contra 38º).

Desde que voltou aos Jogos, em Barcelona-1992, a natação sul-africana ganhou notoriedade e rendeu bons trunfos ao país. Naquele ano, Penelope Heyns venceu os 100 m e 200 m peito. Já em Atenas-2004, a consagração veio no revezamento 4 x 100 m livre, que desbancou os favoritos Austrália e Estados Unidos. O quarteto, formado por Lyndon Ferns, Ryk Neethling, Roland Mark Schoeman e Darian Townsend, levou ouro.

Nas Olimpíadas de Pequim a seleção da África do Sul participou do 4 x 100m medley feminino, 4 x 200m livre masculino, 4 x 100m medley masculino, 4 x 100m livre masculino e do 4 x 100m livre feminino. Porém, não conseguiu bons resultados com o esporte que recebe mais investimentos no páis.

No 4 x 100 m livre masculino, Lyndon Ferns, Ryk Neethling, Roland Mark Schoeman e Darian Townsend que eram donos do recorde olímpico em 2004, ficaram apenas com a sétima posição com o tempo de 3min12s66, quase cinco segundos a mais do que os primeiros colocados, os norte-americano, que bateram o recorde olímpico e mundial. No 4 x 100m medley mais um quarteto ficou na sétima colocação. Nos 4 x 100 m medley e no 4 x 100 m livre feminino as meninas da seleção não conseguiram se classificar às finais. Já no 4 x 200 m livre masculino, a seleção amargou a última colocação.

Com isso, a África do Sul protagonizou nos Jogos Olímpicos de Pequim o seu pior desempenho em uma edição olímpica, ganhando apenas uma medalha de prata, fato que não ocorria desde as Olimpíadas de Berlim-1936, quando repetiu o mesmo desempenho. Com um salto de 8,24 m, Mokoena Khotso conquistou a primeira e única medalha de prata do país na prova de salto em distância.

Astro

AP

Fora

O velocista biamputado Oscar Pistorius ganhou a mídia em sua batalha por uma vaga nos Jogos de Pequim com suas próteses de lâmina de fibra de carbono

Curiosidade

AP

Bivalente

A nadadora Natalia Du Toit, com uma perna amputada, completou a prova em 2h0min49s9 em Pequim, ficando com a 17º posição.

* Dados: The World Factbook - CIA

** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007

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