Líder do quadro de medalhas em 15 das 25 edições olímpicas, detentor de mais de 800 ouros, 2.180 medalhas olímpicas (mais que o dobro da União Soviética, segunda colocada) e maior vencedor em 11 das 34 modalidades atualmente no programa das Olimpíadas. Os números impressionam e indicam a força dos EUA na maior competição poliesportiva. O país só não conquistou medalha de ouro em dez modalidades, sendo que em apenas cinco delas os norte-americanos jamais foram ao pódio: badminton, ginástica rítmica, handebol, tênis de mesa e trampolim acrobático.
Mesmo quando não foi o primeiro em medalhas, os EUA sempre terminaram a edição entre os três melhores, exceção feita obviamente aos Jogos de Moscou-1980, quando boicotaram a edição em meio à Guerra Fria. Até aquele momento, aliás, houve um equilíbrio entre norte-americanos e soviéticos, com quatro triunfos para a potência capitalista e seis para a socialista. Entre o final da década de 1940 e da década de 1980, o país teve também na Alemanha Oriental um grande oponente, tendo ficado em terceiro em Montréal-1976 e Seul-1988.
Neste período também a política norte-americana invadiu a arena olímpica com o protesto de Tommie Smith e John Carlos no pódio dos 200 m rasos na Cidade do México-1968. Eles vestiram luvas negras e ergueram o punho em alusão ao movimento dos Panteras Negras. No mesmo ano, o país chorava a morte do líder Martin Luther King, que brigava pela igualdade racial. Os velocistas foram punidos, mas os EUA já tinham um negro para reverenciar: Jesse Owens, que nos Jogos de Berlim-1936, venceu quatro provas na edição marcada pela propaganda nazista de Adolf Hitler.
Além de Owens, outros dois ícones norte-americanos na história olímpica são Carl Lewis e Mark Spitz. Com nove ouros na história, eles dividem com a ginasta soviética Larissa Latynina o posto de maiores vencedores dos Jogos. Porém esta marca tem um novo dono após os Jogos de Pequim: o nadador Michael Phelps, que levou seis ouros em Atenas-2004 e fez história ao obter mais oito na China. O aproveitamento de 100% na capital chinesa fez de Phelps o maior vencedor em uma única edição, feito que pertencia a Spitz, com sete ouros em Munique-1972.
Se não bastasse o nadador, o país ainda brilhou no basquete (LeBron James e Kobe Bryant, astros da NBA, lideraram o time ao ouro) e no vôlei de praia (com as duplas Walsh/May e Rogers/Dalhausser). Apesar do sucesso de suas principais estrelas, os norte-americanos não evitaram uma inédita derrota para a China, que em nenhum momento escondeu o desejo de terminar pela primeira vez na frente da superpotência no quadro de medalhas. Foi uma derrota amarga para o país que notoriamente tem os maiores patrocinadores dos Jogos, recebeu a maior cota de televisão e investiu bilhões para ser o líder do quadro de medalhas pela quarta vez consecutiva, sem sucesso.
Ouro em Atenas, a dupla do vôlei de praia monopolizou as atenções da modalidade e levaram o bi na arena em Pequim
Hóquei na grama, judô, pentatlo moderno, pólo aquático e triatlo já tiveram atletas dos EUA premiados em Olimpíadas, mas nunca com o ouro
* Dados: The World Factbook - CIA
** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007