A Alemanha sediou as Olimpíadas pela primeira vez no ano de 1936, quando vivia imersa sob o nazismo de Adolf Hitler. Mas o ditador que pregava a supremacia da raça ariana sofreu um duro golpe durante a disputa. Em pleno Estádio Olímpico de Berlim, Hitler assistiu à superação de seus atletas pelo negro norte-americano Jesse Owens, que dominou os 100 e 200 m rasos, revezamento 4x100 m e salto em distância. Há quem diga que o Führer, contrariado, deixou o estádio para não ter que cumprimentar o grande vencedor.
Mesmo com os tropeços no atletismo, a Alemanha foi a grande vencedora daquela edição e, além do âmbito esportivo, a Olimpíada desempenhou bem a função de propagar o ideário nazista. Das arquibancadas lotadas, o mundo viu o povo alemão exaltar as diretrizes de seu governo. Esse seria um dos últimos momentos de glória da Alemanha. Três anos depois eclodiria a Segunda Guerra Mundial.
Três décadas depois, dividida pelo mundo bipolarizado, a Alemanha voltou a sediar os Jogos em 1972, em Munique. Em novo cenário, o país tinha a chance de consagrar o gigantismo de sua Olimpíada e apagar o fantasma do nazismo. Mas a competição, que tinha tudo para ficar marcada pelos recordes de participação de países (121 nações) e atletas (7.134 competidores), entrou para a história por conta de uma tragédia. De madrugada, membros de um grupo terrorista palestino invadiram a Vila Olímpica, mataram dois membros da equipe de Israel e fizeram outros nove reféns. O que se seguiu, com a paralisação temporária dos Jogos e a morte de todos os cativos, ficou conhecido como o Massacre de Munique, após ação desastrada das forças policiais.
Em Pequim, a delegação alemã que reuniu 450 atletas na missão de reerguer o país na busca por medalhas, levou 41 medalhas para casa, figurando novamente entre as primeiras colocadas. Apesar do bom desempenho, a Alemanha sofre, desde a queda do muro de Berlim e sua reunificação, com uma redução no número de conquistas quando comparado as demais edições olímpicas. Em Barcelona-1992, foram 82 pódios. Quatro anos mais tarde, em Atlanta, a marca caiu para 65 e, na seqüência, para 56 em Sydney-2000. Em Atenas, foram 49 e na última edição dos Jogos em Pequim, uma redução de oito medalhas.
A Alemanha, que apostou em seus campeões mundiais, sofreu em presenciar a frustração diante da queda do desempenho de seus atletas. O triatleta Daniel Unger ficou apenas na sexta colocação, mas a prova só não seria uma tristeza completa se Jan Frodeno não tivesse conquistado a medalha de ouro para o país. Fabian Hambuechen, ginasta especialista na barra fixa, ficou apenas com o bronze. Betty Heidler, campeã mundial na prova de lançamento de disco amargou a nova colocação com um lançamento de 70,06m, quatro metros a menos do que o realizado em 2007, quando venceu o Mundial da modalidade.
A tricampeã mundial Franka Dietzsch que seria medalha certa, desistiu de ir para Pequim, porque descobriu sofrer de pressão alta, doença que vinha prejudicando seu desempenho em provas internacionais, sendo criticada pelas performances apáticas em algumas competições. No hipismo, o páis conquistou três medalha de ouro e duas no adestramento. A prata ficou com Isabell Werth, que era uma das favoritas no adestramento, mas perdeu por pouco o ouro, o bronze ficou com o alemão Heike Kemmer. Entre os coletivos, hóquei masculino ganhou a medalha de ouro, após brilhante partida, enquanto o futebol feminino ficou com o bronze.
Birgit Prinz é a principal jogadora da equipe que foi campeã mundial de futebol em 2007. Foi eleita melhor do mundo pela Fifa de 2003 a 2005
Os arquitetos que projetaram o Estádio olímpico Ninho de Pássaro são os mesmos responsáveis pelo estádio de Munique da Copa de 2006
* Dados: The World Factbook - CIA
** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007