UOL Olimpíadas 2008 Países participantes
 

Áustria

Resumo de medalhas
Posição Ouro Prata Bronze Total
62º 0 1 2 3
Posição Ouro Prata Bronze Total
36º 18 32 33 83
Capital
Viena
Idioma
Alemão
Área do território
83.870 km2
População
8,2 milhões
Forma de governo
República parlamentarista
PIB*
US$ 373,9 bilhões
Moeda
Euro
Posição no IDH**
15º (0,948)

Guerras arrasam Áustria e marcam declínio do esporte nos Jogos de Verão

Parte do Império Austro-húngaro no fim do século 19, a Áustria deixou de ser uma das maiores potências e sofreu com duas amargas derrotas no século seguinte. O império foi derrotado na Primeira Guerra Mundial, perdeu territórios, mas o pior ainda estava por vir. De nação dominadora até o início do século, ela se vê dominada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

O ditador Adolf Hitler, ironicamente de origem austríaca, tratou de anexar a Áustria à "Grande Alemanha", no chamado Anschluss, em 1938. Esportivamente, o primeiro grande choque foi a ausência do país na Copa do Mundo de futebol que seria disputada na França, com vários de seus jogadores integrados ao time alemão. Havia muita expectativa quanto à sua participação no torneio, pois dois anos antes conquistara a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Berlim. Além disso, o sucesso da seleção na década de 30 rendeu o apelido de Wunderteam ou time-maravilha.

Nessa época, a Áustria assistiu ao surgimento do jogador Matthias Sinderlar, grande nome desta equipe austríaca, que recusou diversos convites para defender a Alemanha e protagonizou um dos fatos mais tristes da história do país. Certa vez, ele participou de uma partida entre a seleção de Hitler e a Áustria, onde os alemães não poderiam sofrer gols para denotar a sua superioridade. Sinderlar não se importou e marcou, desmoralizando a equipe rival, tornando-se um símbolo nacional de resistência ao poder nazista. Em 1939, prevendo o pior, ele se matou junto com sua noiva, que era judia. Quase 60 anos depois, foi eleito o atleta austríaco do século 20.

Com o fim da Segunda Guerra, a Áustria voltou a ser uma nação soberana e enfim, conta com estabilidade política suficiente para iniciar e manter um contínuo progresso econômico. Porém, no âmbito esportivo o país sofreu uma queda em relação ao período anterior à guerra. Até a edição de Berlim-1936, esteve em 11 edições com 42 medalhas. Depois dos combates, foram 14 participações e o país conquistou 41 medalhas, uma a menos que o período anterior à Guerra mesmo com três edições a mais.

A performance só viria a melhorar no novo século. Já em Sydney-2000, a Áustria voltou a ganhar uma medalha de ouro depois de oito anos, graças à vela, onde o país conquistou dois títulos olímpicos. Em outras modalidades, o país também melhorou e terminou a edição de Atenas-2004 com sua melhor atuação no pós-guerra. Nos Jogos de Pequim, o país voltou para casa com apenas três medalhas, duas de bronze e uma de prata - no judô -, desempenho muito inferior às sete medalhas conquistadas quatro anos antes.

Neste período, a nação notabiliza-se por conquistas em esportes náuticos - 17 no total - sendo mais da metade delas (9) por equipes na canoagem e vela. Os grandes nomes do país são o canoísta Gregor Hradetzky, único a conquistar dois ouros em uma mesma edição (1936), além de Violetta Oblinger Peters, bronze em Pequim na canoagem da prova Slalom K1. O judoca Peter Seisenbacher, bicampeão olímpico no peso médio em 1984 e 1988, e a dupla Hans Peter Steinacher e Roman Hagara, bicampeã da classe Tornado em 2000 e 2004, também são conhecidos no páis.

Por outro lado, nos Jogos de Inverno, a Áustria se manteve em boas posições ao longo dos tempos, e por isso está entre os dez países mais vencedores da história da disputa, com destaque para as edições de Cortina d'Ampezzo-1956, na Itália, e Innsbruck-1964, quando sediou os Jogos. Em ambas as oportunidades, ficou em segundo no quadro geral de medalhas. Em Turim-2006, foi a terceira colocada.

Astro

AFP

Hagara e Steinacher

A dupla da classe Tornado é a atual bicampeã olímpica, mas não foi bem nos últimos dois mundiais e nem figurou entre os dez melhores colocados

Curiosidade

AP

Fim do tabu

Após 56 anos, Kate Allen recolocou o país no lugar mais alto do pódio em uma prova feminina ao vencer no triatlo em Atenas-2004.

* Dados: The World Factbook - CIA

** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007

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