Em 1968, a Cidade do México fez história como a primeira (e única até agora) cidade-sede de uma edição dos Jogos Olímpicos na América Latina. À época, a altitude de 2.300 m da capital gerou protestos de médicos, que alertaram para o desempenho dos atletas. A falta de 30% do oxigênio foi o cenário perfeito para a delegação caseira obter seu melhor desempenho da história, com três ouros e nove medalhas no quadro da competição.
Essa edição também foi marcada pela inovação: os primeiros controles antidoping foram aplicados aos atletas, assim como as primeiras punições pelos flagrantes. Dois anos depois, o país voltaria ao cenário esportivo internacional ao receber outro evento de grande porte: a Copa do Mundo de 1970. Com outras duas edições dos Jogos Pan-Americanos na bagagem, o México voltaria a organizar a Copa em 1986. O próximo Pan, em 2011, voltará ao país, em Guadalajara.
Apesar da ativa participação em grandes eventos, o México nunca se consolidou como potência esportiva. Outro bom momento do país nos Jogos foi em Los Angeles-1984, quando a delegação mexicana obteve seis medalhas, sendo duas de ouro. Somente depois de um jejum de 16 anos, em Sydney-2000, o país pôde comemorar nova vitória, única, no levantamento de peso feminino, com Soraya Jimenez.
A expectativa para Pequim-2008 era inicialmente de sete a nove medalhas, como anunciava o chefe da delegação Carlos Padilla. No entanto houve apenas dois campeões olímpicos do país, no taekwondo, e uma medalha de bronze nos saltos ornamentais sincronizados, com Paola Espinosa e Tatiana Ortiz.
Os medalhistas de ouro confirmaram a esperança depositada neles para esta edição dos Jogos Olímpicos. Maria Del Rosario Espinoza, conhecida pelos brasileiros como algoz de Natália Falavigna na final do Pan-2007, se manteve no topo entre as taekwondistas acima de 67 kg.
Em Atenas-2004, os 186 atletas do México não passaram de quatro medalhas, duas de prata no atletismo, com Ana Gabriela Guevara e Belem Guerrero Méndez, e duas de bronze no taekwondo, com os irmãos Oscar e Iridia Salazar Blanco. Até os Jogos de Pequim, o México figurava na 42ª posição, atrás de Cuba (15º), Brasil (39º) e Argentina (40º).
A ausência mexicana mais notável em Pequim-2008 foi a da meio-fundista Ana Guevara, prata nos 400 m rasos em Atenas-2004, que anunciou aposentadoria seis meses antes dos Jogos na China. A seleção masculina de futebol, que caiu nas oitavas da última Copa, não conseguiu a classificação olímpica.
Guillermo Pérez conquistou o ouro na categoria até 58 kg em Pequim-2008. O brasileiro Márcio Wenceslau não chegou ao pódio.
Benito Juárez foi o primeiro presidente indígena das Américas após 300 anos de colonização. Eleito em 1858, ele ficou 14 anos no poder.
* Dados: The World Factbook - CIA
** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007