UOL Olimpíadas 2008 Atletas Brasileiros
 

Natação

Poliana Okimoto

"Uma atrapalhou a outra. Perdemos o vácuo no final. Poderíamos ter chegado mais perto"

Data de nascimento
08/03/1983
Local de nascimento
São Paulo (SP)
Residência
Santos (SP)
Peso e altura
48 kg / 1,65 m
Provas
Maratona aquática
Participação em Pequim
7ª colocada

Poliana Okimoto participou da estréia da modalidade no programa olímpico com a sétima posição na maratona aquática. A nadadora brasileira, ao lado da compatriota Ana Marcela Cunha, que chegou em 5º, fez uma boa prova e chegou a brigar pelo bronze nos minutos finais, mas acabou de fora do pódio, com um tempo de 1h59min37s4.

Apesar do boa desempenho, Okimoto saiu descontente com o duelo que fez com Ana Marcela em um momento decisivo da prova, que acabou distanciando a dupla das primeiras posições. "Uma atrapalhou a outra. Perdemos o vácuo no final", disse a brasileira, cotada entre as favoritas na disputa por medalha. "Poderíamos ter chegado mais perto".

De acordo com a nadadora paulista, faltou uma visão melhor da prova para traçar uma estratégia mais agressiva. "Quando a russa (Larisa Ilchenko, vencedora da prova) deu o sprint final, não tinha mais como me aproximar, ela ficou muito distante".

A nadadora confirmou sua classificação aos Jogos Olímpicos de Pequim com a sexta colocação no Mundial de maratona aquática, em maio em Sevilha.

Para chegar a Pequim, Poliana precisou superar atletas muito mais fortes fisicamente do que ela, que destoa do biótipo da maratonista. "Foi a maior pancadaria que eu já vi. Também demorei algum tempo até me adaptar ao frio, mas foram duas horas de estresse mental e físico. Esse Mundial deve ficar na história como o mais difícil", disse a brasileira.

Na semana seguinte ao Mundial, Poliana disputou a última seletiva olímpica, o Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, para competir nos 800 m livre pelo seu clube, o Pinheiros. Ainda cansada, no entanto, não conseguiu o índice olímpico para a distância. "Vim para ajudar o clube, mas estou me recuperando ainda, nem treinei para essa prova", justificou a nadadora, que se foca na maratona.

No ano passado, Poliana conquistou a primeira medalha do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Mas subir ao pódio para receber a prata não satisfez completamente a nadadora, que comemorou a conquista, mas não deixou de lamentar ter perdido a chance do ouro, que escapou por muito pouco. A algoz foi a norte-americana Chloe Sutton, de apenas 15 anos, que levou a melhor na batida de mão.

Também na ocasião, sua outra prova, os 800 m livre, ficou de segundo plano. No Pan, Poliana não chegou nem a competir na natação, devido a um mal estar que sofreu por engolir a poluída água do mar de Copacabana, local da maratona aquática.

Ainda desconhecida do grande público, Poliana conta que, quando desembarca no país com troféu de alguma etapa de maratona, é Cintra quem chama a atenção. "As pessoas nos vêem no aeroporto, com uniforme do Brasil e troféu, e sempre acham que eu que ganhei alguma coisa", diz Cintra, brincando com o biótipo da nadadora. "A Poliana, mesmo franzina assim, parece que não, mas agüenta a briga com as grandalhonas no mar."

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