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Natação

César Cielo

"Sou um campeão olímpico. Era um sonho que tinha desde criança"

Data de nascimento
10/01/1987
Local de nascimento
S. Bárbara d’Oeste (SP)
Residência
Auburn (EUA)
Peso e altura
83kg / 1,95m
Provas
50 m e 100 m livre, 4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley
Participação em Pequim
Ouro (50 m livre), Bronze (100 m livre)

César Cielo conquistou o ouro nos 50 m livre em Pequim e se tornou o primeiro campeão olímpico da natação brasileira. Com 21s30, a apenas dois centésimos do recorde mundial, o brasileiro quebrou novamente a marca olímpica da prova e conquistou a primeira medalha dourada do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2008.

Nas eliminatórias para a prova, Cielo já dava sinais de que poderia surpreender. No primeiro dia em que caiu na água para nadar a distância, ele quebrou o recorde olímpico, com 21s47 - a marca foi quebrada logo na seqüência pelo francês Amaury Leveaux, com 21s46.

Nas semifinais, o brasileiro voltou a abaixar o melhor tempo já nadado em piscinas olímpicas. Com 21s34, ele foi para a final com o melhor tempo entre os oito classificados.

O paulista César Cielo havia conquistado o bronze em Pequim nos 100 m livre.

Para chegar ao bronze, o brasileiro obteve o tempo de 47s67, recorde sul-americano da prova, e chegou empatado com o norte-americano Jason Lezak, que também levou bronze em terceiro. O francês Alain Bernard foi medalha de ouro, com 47s21, seguido pelo australiano Eamon Sullivan, medalha de prata com 47s32.

O nadador despontou no país como sucessor de Fernando Scherer exatamente quebrando os recordes que eram de Xuxa. Primeiro foi o dos 100 m livre, em dezembro de 2006, e depois o dos 50 m, no Mundial de Melbourne, em março de 2007. Na Austrália, Cielo também baixou sua marca sul-americana nos 100 m.

Radicado nos Estados Unidos, onde treina e estuda administração, Cielo achou na pacata cidade de Auburn o estilo de vida perfeito para se aprimorar como o principal velocista do país e uma das grandes apostas de ouro olímpico em sua primeira Olimpíada da carreira. Lá, ele se consagrou nas provas em jardas do tradicional campeonato universitário NCAA.

Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Cielo confirmou o favoritismo ao vencer suas duas provas rápidas. Com os tempos de 48s79 e 21s84, respectivamente, ele superou dois recordes pan-americanos. Além disso, contribuiu decisivamente para o ouro do revezamento 4 x 100 m livre. Por fim, levou a prata no 4 x 100 m medley.

Este ano, Cielo disputou o GP de Ohio em abril na expectativa de melhorar seus tempos. A tentativa foi frustrada por uma lesão nas mãos, que prejudicou seu rendimento e o mantiveram um pouco distante dos tops do mundo - sua marca nos 50 m ainda é 21s84, contra 21s28 do novo recordista mundial, o australiano Eamon Sullivan. Nos 100 m livre, o nadador tem 48s39 contra 47s50 do melhor do mundo, o francês Alain Bernard.

Natural de Santa Bárbara D´Oeste, começou na natação aos oito anos, depois de tentar o judô e o vôlei. "O problema do judô é que eu era muito mais alto que os meninos da minha idade, então me colocavam pra lutar com os mais velhos e eu levava muita porrada." O vôlei foi uma escolha do pai, César, mas quem definiu a carreira do nadador foi a mãe, Flávia, que o levou para o Pinheiros em 2003, clube que defende até hoje no Brasil.

De ídolo, Borges assumiu logo o posto de conselheiro. "Fiquei quase dois anos treinando com ele e aprendi muita coisa. O Gustavo é muito atencioso e perfeccionista, e me ajudou a melhorar minha técnica", conta. Borges o apresentou à universidade norte-americana e deu a Cielo seu primeiro talismã: uma calça fast skin que ele usou na seletiva para o Mundial de curta de Indianápolis, em 2004.

Na competição, o revezamento brasileiro foi prata nos 4 x 100 m livre, com direito a recorde sul-americano. A peça foi emoldurada e ocupa um espaço na casa dos pais do nadador. Em 2008, foi outro antecessor, Fernando Scherer, que interveio em sua carreira. Cielo se tornou nadador profissional e tem o ex-nadador como atual empresário.

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