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Natação

Satiro Sodré/CBDA
Joanna Maranhão já pensa no Mundial de 2009

Joanna Maranhão

"Estou tentando, e isso daqui é o que eu amo fazer. Nadando bem ou mal, vou continuar nisso", sobre a paixão pelo esporte

Data de nascimento
29/04/1987
Local de nascimento
Recife (PE)
Residência
Recife (PE)
Peso e altura
60 kg / 1,74 m
Provas
200 m e 400 m medley e 200 m borboleta
Participação em Pequim
Eliminatórias - 22ª nos 200 m 17ª nos 400 m medley, 22ª no 200 m borboleta

A nadadora brasileira Joanna Maranhão não passou a nenhuma final nos Jogos Olímpicos de Pequim, mas também não se mostrou insatisfeita com os seus resultados. Nadando em três provas, ela não avançou às semifinais dos 200 m medley e borboleta, e parou nas eliminatórias dos 400 m medley, despedindo-se da competição. “A natação é coisa de dia, mas acho que estou no caminho certo. Agora vou ter sete dias de férias antes de voltar a treinar", comentou a brasileira após sua última prova, já pensando no Mundial de natação de 2009”.

Quatro anos antes, nas Olimpíadas de Atenas-2004, mesmo também sem ganhar medalha, Joanna quebrou um tabu que durava 56 anos e se classificou para a final dos 400 m medley. Maranhão foi a primeira brasileira desde Piedade Coutinho, em Londres-1948, a chegar a uma final olímpica da natação. Na decisão, acabou em quinto lugar.

A nadadora recifense foi à sua segunda Olimpíada, depois de ter superado uma série de problemas que ultrapassam os treinos e a briga por baixar marcas. No início de 2008, Joanna revelou que foi vítima de abuso sexual por parte de um ex-treinador, com quem trava agora uma batalha judicial. Coincidência ou não, foi depois do desabafo que Joanna alcançou o índice olímpico.

O primeiro veio durante uma excursão nos Estados Unidos, quando competia em um GP em Stanford, em uma prova que nem era a sua, os 200 m borboleta. Somente no Troféu Maria Lenk, última seletiva olímpica, ela conseguiu o índice em sua principal prova, os 400 m medley. No borboleta, ela não repetiu a marca, mas anotou 2m11s92 e quebrou um recorde de campeonato que durava 4 anos, o que lhe deu ainda mais esperança para a China.

"Quero nadar esta prova muito bem em Pequim porque acho que, embora não tenha muita experiência, tenho mais chances de disputar uma final do que nos 400 m medley", aposta a nadadora. "Mas para isso sei que ainda tenho o que melhorar para baixar de 2m10s." Conhecida por seu temperamento forte, Joanna agradeceu seu técnico, Nikita, pela persistência. "Não teria conseguido se não fosse ele. Já disse que quero três dias para comemorar, e que depois ele pode me dar quanto treino quiser, que não reclamo mais, faço sorrindo. Sei que tenho que comer água até Pequim."

Mas o treinador não se convence. "Ih, agora ela diz isso, mas daqui a uns dias já volta a reclamar, eu conheço a peça", disse Nikita.

Tentando prevenir que a filha tivesse asma como o irmão, a mãe Tereza levou Joanna para a piscina logo aos três anos de idade. Começava a história de uma das mais promissoras nadadoras brasileiras na atualidade. Aos 12 anos, Joanna passou a treinar no Nikita/Sesi e não demorou para mostrar que tinha um enorme talento.

Em seus primeiros campeonatos infantis, acostumou-se a vencer todas as provas que disputava. Quatro anos mais tarde, em 2003, disputou seu primeiro Mundial, em Barcelona. Competindo contra as melhores do mundo e ainda em fase de treinamento para o Pan, fez o 24º tempo nas eliminatórias dos 200 m medley e o 15º nos 400 m medley.