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Natação

AFP
Kaio conseguiu ser sétimo no 200 m borboleta

Kaio Márcio

"O que aconteceu comigo em Atenas foi uma fatalidade, não era para eu ter nadado tão mal. Espero conseguir reverter isso em Pequim"

Data de nascimento
19/10/1984
Local de nascimento
João Pessoa (PB)
Residência
João Pessoa (PB)
Peso e altura
76 kg / 1,75 m
Provas
100 m e 200 m borboleta, 4 x 100 m medley
Participação em Pequim
15º nos 100 m e 7º nos 200 m borboleta, e 14º no 4 x 100m

O brasileiro Kaio Márcio teve um bom aproveitamento em suas provas individuais em Pequim, passando a uma final e uma semifinal. Seu melhor resultado foi nos 200 m borboleta, em que nadou a decisão com Phelps e ficou na sétima colocação - havia se classificado em sexto -, com 1min54s71, seis centésimos acima do recorde sul-americano, que ele mesmo bateu nas eliminatórias.

Já nos 100 m borboleta não teve um desempenho de tanto sucesso. Na semifinal, fez 52s32, distante da sua melhor marca de 51s99, Kaio foi apenas o oitavo da sua bateria, e o 15º no geral. Já no revezamento 4 x 100 m medley, não conseguiu ajudar o Brasil avançar, ficando na 14ª posição das eliminatórias.

Kaio Márcio ainda era um novato quando fez sua estréia olímpica em Atenas-2004. Lá, disputou apenas as eliminatórias de suas provas de borboleta e, nos 100 m do estilo, esteve a 11 centésimos de conquistar vaga na semifinal.

Em Pequim, o paraibano disputou novamente as duas provas, mas com novo status. Uma prova disso, Kaio já teve em um Grand Prix que disputou no início do ano, nos Estados Unidos. Nos 100 m borboleta, o brasileiro travou duelo com o norte-americano Michael Phelps, grande favorito ao ouro olímpico, e obteve a quarta colocação. Nos 200 m do estilo, sem Phelps, Kaio, teve melhor sorte, e venceu a prova.

No ano passado, Kaio ficou fora do Mundial de Melbourne por uma lesão no ombro. Nos Jogos Pan-Americanos, ele ganhou dois ouros, com dois novos recordes. Na prova dos 100 m, não fez boa largada, mas contou com fôlego extra nos metros finais para superar o principal adversário sul-americano, Albert Subirats, e venceu com 52s05, novo recorde pan-americano. Nos 200 m, Kaio repetiu a dose, e cravou novo recorde sul-americano, 1min55s45. A terceira medalha de Kaio veio no revezamento 4 x 100 m medley, em que contribuiu para a prata do time brasileiro, que tinha Thiago Pereira, Henrique Barbosa e César Cielo.

Além disso, o nadador aguardou a Olimpíada para se consagrar em piscina olímpica, já que sua trajetória nas de 25 m já tem uma carreira vencedora. É o recordista mundial dos 50 m nado borboleta, com a marca de 22s60 registrada em dezembro de 2005, em Santos. Também é campeão mundial dos 100 m borboleta em piscina curta, título conquistado em Xangai, na China, em 2006. Na temporada 2005/2006 da Copa do Mundo, venceu as nove provas que disputou.

Kaio Márcio começou a nadar por influência do pai, José Márcio, no Esporte Clube Cabo Branco, em João Pessoa. Depois de passar uma temporada no Flamengo, ele voltou para a cidade natal, onde foi criada toda uma estrutura para desenvolver seu talento.

O trabalho começou a mostrar bons resultados em 2003. No Pan de Santo Domingo, seu nome ganhou projeção em todo o país. Além da prata nos 200 m borboleta e bronze nos 100 m, ele ajudou o Brasil a conquistar o segundo lugar no 4x100 m medley. De quebra, alcançou índice olímpico para as duas provas, estabelecendo novos recordes brasileiros em ambas.

O apelido “gordo” parece incoerente para quem distribui 76 kg ao longo de 1,75 m, mas Kaio Márcio afirma que só quando começou a treinar com mais regularidade e a competir, aos 15 anos, é que conseguiu entrar em forma. O começo foi no Esporte Clube Cabo Branco, em sua cidade natal. Aos nove anos, o paraibano começou a freqüentar as piscinas por indicação médica, para controlar uma crise de asma, e o tratamento se transformou em medalhas e recordes.

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