UOL Olimpíadas 2008 Atletas Brasileiros
 

Natação

Alaor Filho/COB
Salatta mudou de prova, mas não teve evolução

Lucas Salatta

"Eu via o Gustavo (Borges) no Pinheiros. Ele não era muito de falar, mas o cara liderava dando exemplos. Ele é minha inspiração"

Data de nascimento
27/04/1987
Local de nascimento
São Paulo (SP)
Residência
São Paulo (SP)
Peso e altura
79 kg / 1,78 m
Prova
200 m costas, 4 x 200 m livre
Participação em Pequim
23º no 200 m costas; 16º no 4 x 200 m

Em sua preparação para o Pan do Rio, Lucas Salatta esperava competir em sua segunda Olimpíada da carreira nos 400 m medley, assim como ocorreu nos Jogos de Atenas-2004. O nadador não escondeu a surpresa quando obteve vaga para o torneio continental em duas provas, os 200 m costas e 200 m borboleta.

No Pan, Salatta brilhou com a equipe do 4 x 200 m que desbancou os EUA e levou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, com o tempo de 7min12s27. Em outro quarteto, o 4 x 100 m medley, Salatta levou a medalha de prata. Além disso, o nadador também subiu ao pódio para receber o bronze nos 200 m costas, prova vencida por Thiago Pereira. Além disso, com 1min59s51, assegurou sua vaga nos Jogos de Pequim.

Em Pequim, Salatta se preparou para superar o desempenho de quatro anos atrás, quando ainda inexperiente, não passou da 19ª colocação nos 400 m medley, e se despediu logo no primeiro dia do torneio olímpico.

No entanto, os planos não saíram como o esperado. Na prova individual, o brasileiro marcou 1min59s91 e ficou um segundo e meio acima do recorde sul-americano da prova, que é de Thiago Pereira. Assim obteve apenas o 23º melhor tempo na soma das baterias, sendo que apenas 16 se classificaram. "Não tem como explicar. A gente treinou como deveria ter treinado. Não consegui cumprir o que estava esperando fazer", reclamou. "Às vezes as coisas não saem como a gente espera."

No revezamento 4 x 200 m, em que o compatriota Thiago Pereira acabou abdicando de sua vaga, o quarteto do país amargou a última posição, com 7min19s54, mais de sete segundos acima do recorde sul-americano obtido pelo país no Pan do Rio (7min12s27). Salatta, ao lado de Nicolas Oliveira, Phillip Morrison e Rodrigo Castro, não conseguiu uma boa marca em sua oportunidade e o desempenho acabou definido como "péssimo".

O nadador paulista dividiu a infância na prática de diversos esportes: futebol, basquete, judô e natação. "Aos 14, passei a me dedicar só à natação. Eu preferia futebol, igual a todo moleque, mas me sobressaia muito em natação, então passei a levar a sério. Mas até hoje, quando tenho um tempinho livre, bato uma bolinha", conta.

No currículo, Lucas tem uma medalha de ouro na etapa da Copa do Mundo da África do Sul em 2003. Em 2006, mudou-se para os Estados Unidos, onde começou a cursar faculdade de administração em Gainesville, na Flórida. Logo depois do Pan, no entanto, o nadador preferiu retornar ao Pinheiros, e passou a treinar com o técnico Marco Veiga. "Não me adaptei. Estou acostumado a morar em cidade grande, e não consegui lidar bem com a nova rotina", comentou o nadador.

No início do ano, Salatta disputou o evento-teste do Parque Aquático de Pequim, mas nadou apenas as eliminatórias dos 200 m livre. Em abril, competiu também no Mundial de piscina curta, em Manchester, na Inglaterra. Salatta foi o oitavo nas finais dos 200 m costas e ajudou o Brasil a se classificar à final no 4 x 100 m medley, que ficou com a sexta colocação, e no 4 x 100 m livre, oitavo.

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