UOL Olimpíadas 2008 Atletas Brasileiros
 

Natação

CBDA/ Satiro Sodré
Felipe França ficou no 22º lugar no 100 m peito

Felipe França

"Venho evoluindo desde 2006 e tinha convicção de que conseguiria. Vou comemorar até morrer, é a realização de uma vida"

Data de nascimento
14/05/1987
Local de nascimento
Suzano (SP)
Residência
São Paulo (SP)
Peso e altura
94 kg / 1,86 m
Provas
100 m peito
Participação em Pequim
22º lugar

Felipe França é o dono da segunda vaga olímpica dos 100 m peito, ao lado de Henrique Barbosa. Mas ao contrário de Barbosa, que conseguiu o índice no Maria Lenk de 2007, o nadador paulista só pôde comemorar no último dia da edição de 2008 da competição.

Nas eliminatórias mais concorridas do torneio, Felipe França cravou 1min01s17, atrás apenas de Barbosa, com 1min00s77. Na disputa, Felipe Lima, com 1min01s21, e Eduardo Fischer, com 1min01s49, no entanto, se mantinham vivos.

“Venho evoluindo desde 2006 e tinha convicção de que conseguiria. Ainda não tem nada decidido. Depois da final é que vamos poder comemorar”, disse França. Com os tempos confirmados, o nadador saiu da piscina após a final e ajoelhou-se. Chorando, ele agradeceu a Deus pela classificação olímpica. "Acho que essa final foi a mais emocionante que já teve na história da natação brasileira", arriscou.

Um dos nadadores mais experientes, e ícone do nado peito, Eduardo Fischer fez elogios ao rival. "Essa garotada está de parabéns, e o mérito é todo deles de conseguirem essa classificação. Fico feliz em saber que eles seguirão fazendo a natação brasileira evoluir", disse o veterano que, apesar do índice, ficou sem a vaga.

Ansioso, França admitiu que foi difícil driblar o nervosismo até a hora da prova. "A competição toda foi muito difícil, foi muito cansativa. Nadei no primeiro dia (200 m peito) e no último, então cansei só de esperar chegar a hora", lembrou o atleta. "Mas estava preparado, sabia o que tinha que fazer. E quem sabe, vai lá e faz."

Com o índice, França diz ter ânimo de sobra. "Vou comemorar até morrer, é a realização de uma vida”, desabafou França. Atleta do Pinheiros, França ainda ganhou um abraço apertado do treinador, Arilson Soares. “Ele fez tudo certo, não faltou a nenhum treino, comeu direitinho, não se machucou, estava muito focado e confiante no que tinha que fazer”, contou Soares.

Nas Olimpíadas, porém, Felipe não conseguiu uma boa atuação. Mas mesmo assim foi o melhor brasileiro da prova, com o 22º melhor tempo (1min01s04).

O porte físico que o faz destoar da maioria dos nadadores – tem 94 kg em 1,86 m – lhe exigiu um trabalho específico. "Proibi o Felipe de fazer musculação. Ele já é muito forte naturalmente, imagine se puxasse ferro", conta o técnico.

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