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Atletismo

Emilio Naranjo/EFE
Debaixo de chuva, Tânia Spindler foi a 34ª colocada

Tânia Spindler

"Baré (jogador do Gamba Osaka, no Japão) me perguntou o que eu precisava para voltar a treinar. Eu disse: tênis. Ele me deu logo dois"

Data de nascimento
10/04/1977
Local de nascimento
Palotina (PR)
Residência
S. José dos Pinhais (PR)
Peso e altura
58 kg / 1,63 m
Prova
marcha de 20 km
Participação em Pequim
37º lugar

A paranaense Tânia Spindler chegou a 2008 com ânimo novo: fazer sua estréia olímpica. Nos Jogos de Pequim, a marchadora disputou a prova dos 20 km e não conseguiu fazer um tempo à altura dos seu índice. Ela ficou na 37ª posição, com o tempo de 1min36s46, em prova marcada pelo recorde olímpico da nova campeã Olga Kaniskina. A russa, que fechou a dobradinha do país nos 20 km masculino e feminino, terminou em 1h26min31s, três minutos melhor que a chinesa Liping Wang em Sydney-2000.

A marchadora não escondeu a emoção ao entrar no estádio Ninho de Pássaro para a chegada. Admitiu ter chorado: "Para mim foi um momento de sonho, porque estava ao lado das grandes campeãs, em um evento inigualável", disse ela, satisfeita com o resultado. "Tivemos de enfrentar as condições meteorológicas. Houve muita humidade, chuva e calor. Tudo ficou mais complicado. Mas a experiência compensou isso".

Ir para a China já foi um grande feito para quem, em 2006, quase desistiu da vida de atleta. Desanimada com a ausência de retorno financeiro com o atletismo, Tânia tinha decidido abandonar o esporte e ficou 46 dias parada. Engordou 6 kg. Até receber uma "cobrança" do primo-jogador de futebol Jader, o Baré, centroavante do Gamba Osaka, do Japão.

"A gente começou no esporte na mesma época e sempre disse que, quando um desanimasse, o outro ajudaria. Agora ele me ajudou não apenas na parte financeira, mas me deu apoio psicológico, que foi o mais importante", diz a marchadora.

Motivada, Tânia competiu na Itália em maio de 2007, visando os Jogos Pan-Americanos. Foi assim que conseguiu a marca que a colocou na delegação para o Rio, 1h37min54, e lhe valeu a chance de encontrar Baré no Mundial de Osaka, no Japão. No torneio continental, foi a quarta colocada na marcha, a melhor do país, com o tempo de 1h42min15. Meses depois, competiu no Mundial, e ficou em 30º.

Este ano, Tânia venceu a Copa Brasil de marcha, em Curitiba, e foi a melhor brasileira no Sul-Americano da modalidade, com o oitavo lugar e 1h46min48 em Cuenca, no Equador. Já a classificação aos Jogos Olímpicos veio em 11 de maio, com o tempo de 1h33min23, superando o índice A em 0s07, na etapa de Cheboksary da Copa do Mundo.

Formada em Educação Física, Tânia começou no atletismo ao lado da irmã gêmea Maria Cristina. "Os juízes ficavam loucos, porque a gente usava a mesma roupa, o mesmo corte de cabelo", lembra. Aos 13 anos, elas iniciaram direto na marcha, o que não é muito comum no país, mas é uma regra em Santa Catarina. O início já foi com influência do professor Irineu, que buscava alunos para competições escolares. Mais tarde, ele se tornaria marido e treinador da atleta.

O casal tem duas filhas. A mais velha, Carolina, 10, já fez uma prova de marcha de 2 km. "Elas gostam de esporte no geral, não vou obrigá-las a escolher isso como carreira, mas acho importante ter uma cultura de saúde", afirma a mãe de Carolina e Maria Vitória, 3.

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