* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
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"Minha mãe falou para eu correr com força; meu pai, com alegria", diz Evelyn, que deixou outras duas rivais fora com índice B
A surpresa no último Troféu Brasil de Atletismo, quando Evelyn venceu pela primeira vez nos 200 m e conquistou sua vaga em Pequim, tem explicação. A velocista tem a corrida no sangue, herança dos pais Nelsinho Santos e Sheila de Oliveira, ex-velocistas que defenderam o Brasil em Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais.
A carioca ultrapassou Rosemar Coelho Neto nos últimos metros e venceu com 23s08, alcançando índice B olímpico (23.20). Outras duas atletas já tinham o índice: Vanda Ferreira Gomes e Thaíssa Presti, mas Evelyn ficou com a vaga por causa do triunfo no Troféu Brasil. O sonho olímpico só seria desfeito caso alguma atleta alcançasse índice olímpico A (abaixo de 23s).
“Evelyn promete dar o seu máximo em Pequim, buscando um bom tempo, na casa de 22s50, que poderia levá-la a uma semifinal”, disse o pai, antes da viagem à China. A previsão quase foi certeira. Apesar de não ficar perto desta marca, ela passou da primeira fase das eliminatórias com o quinto tempo de sua bateria, 23s43, rendendo a ela a 27ª posição no geral. Apesar de evoluir na segunda fase, não conseguiu a vaga na semifinal. A atleta acabou em sexto lugar na sua série, com 23s35, e encerrou sua participação na 23ª posição.
Promessa da nova geração do atletismo, a velocista, de 23 anos, sofreu um baque na carreira em 2005. No final daquele ano, passou por uma cirurgia no joelho esquerdo e perdeu 80% da cartilagem na região.
A família Santos reviveu a expectativa de grandes competições no convívio doméstico, com os Jogos de Pequim. O pai de Evelyn, Nelsinho Santos, foi finalista no 4 x 100 m rasos em Moscou-1980 e Los Angeles-1984. O velocista foi ainda recordista sul-americano dos 100 m, e conquistou o título com o revezamento no Mundial de 1979, em Montréal (Canadá). A mãe, Sheila, ganhou bronze no 4 x 100 m no Pan de Indianápolis-1987.
O primeiro contato de Evelyn com o esporte foi através da patinação. Aos 10 anos, a menina pediu à mãe para praticar atletismo. De acordo com Nelsinho, “apesar de uma primeira reação materna não muito favorável”, a argumentação de que a mãe havia conhecido o mundo com o esporte, convenceu Sheila a consentir quanto à iniciação da filha nas pistas. Além do trabalho como atleta, Evelyn cursa o último ano de jornalismo na Faculdade Castelo Branco.