* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
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"Foi uma experiência válida. Queria vir para fazer o meu melhor tempo, mas a bateria não foi tão forte e eu fui muito rápido no começo"
Classificado para os 800 m rasos, com o tempo de 1min46s49, o meio-fundista Kléberson Davide garantiu vaga após superar o índice B (1min47) exigido pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e fez companhia a Fabiano Peçanha nas Olimpíadas de Pequim.
O jovem paulista, de 23 anos, não conseguiu um bom desempenho em sua prova. Ele chegou a liderar o pelotão, mas não teve fôlego para chegar ao final da prova entre os classificados. Com isso, encerrou apenas na quinta colocação, com uma marca fraca, de 1min48s53 - 45º tempo no total. "Foi uma experiência válida. Queria vir para fazer o meu melhor tempo, mas a bateria não foi tão forte e eu acabei indo muito rápido no começo. Não estou acostumado a puxar a prova assim", analisou ele.
Nascido em uma família humilde em Conchal, no interior de São Paulo, Kleberson trabalhou dos 13 aos 15 anos, indo de uma fazenda a outra na região de Arthur Nogueira, próximo a Campinas, no interior paulista, para ajudar na renda familiar. Na mesma época, ele conhecia o atletismo e já fazia sucesso nas provas de meio-fundo. Em 2002, ele deixou a roça e passou a treinar em tempo integral.
“Era uma vida muito dura. Tinha que acordar de manhã, ir para roça, não tinha horário para voltar. Mas era preciso. Eu colhia laranja, saía para vender sorvete com a minha mãe. Mesmo depois que entrei no atletismo, eu ia para os treinos, voltava e ia colher laranja. Não dava tempo de ir para escola”, lembra o atleta, que teve de parar para estudar para trabalhar e ajudar a família.
Vivendo do atletismo há seis anos, porém, hoje ele conseguiu mudar esse quadro. Kleberson voltou para a escola e pretende cursar uma faculdade no futuro. “Quero fazer faculdade de educação física. É meu sonho.”
A conquista foi outro sonho na vida do atleta, que tatuou uma frase de agradecimento no braço direito. "Obrigado, meu Deus. Esta é a frase que tenho aqui e a quem sei que sempre me ajudou. Consegui o índice, a realização de qualquer atleta, mas não estou feliz. Agora quero ir à final das Olimpíadas e, quem sabe, brigar por medalha", sonhou o convicto paulista, antes dos Jogos.