Hudson de Souza

"Estou bem preparado para Pequim e espero ter um bom resultado, superando minha performance de 2004 em Atenas"

O fundista Hudson de Souza possui nada menos que quatro recordes sul-americanos registrados na Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf). O brasileiro é recordista no continente das provas de 1.500 m, milha, 3.000 m e 5.000 m. Em Atenas-2004, o atleta amargou uma eliminação precoce, e ficou no 14º lugar na competição dos 1.500 m.

Para sua decepção, o mesmo aconteceu nos Jogos de Pequim. Depois de conquistar o bicampeonato no Pan de 2007, Hudson chegou como esperança de ir à final, mas não conseguiu passar da primeira eliminatória dos 1.500 m. O brasileiro foi sétimo colocado na terceira bateria, 20º no geral, com o tempo de 3min37s06, e não ficou entre os cinco classificados de sua séria para a final, despedindo-se mais cedo do que o esperado no estádio Ninho de Pássaro.

"Acabou correndo todo mundo embolado e levei duas sapatilhadas. Mas não chegou a atrapalhar", disse ele, depois da prova, sem esconder uma ponta de decepção pela eliminação, mas evitando dar desculpas.

Hudson embarcou para sua terceira Olimpíada em Pequim, levando o título do Troféu Brasil 2008 nos 1.500 m. O atleta venceu a prova, porém não superou a marca que lhe dera o índice B olímpico no meeting de Huelva, na Espanha, em junho deste ano (3min36s89). Em julho, o meio-fundista foi superado por dois quenianos e ficou com o bronze nos 1.500 m rasos disputados no meeting de Rethymno, na Grécia.

No Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, Hudson conquistou a medalha de ouro nos 1.500 m. O brasileiro ainda quebrou o recorde pan-americano de Joaquim Cruz ao correr em 3min36s33. Além do bicampeonato na competição, o atleta atingiu o índice A olímpico que lhe encaminhou para a disputa em Pequim. Bastava um índice B em 2008 para carimbar o passaporte.

Nascido em Sobradinho (DF), Hudson começou no atletismo aos 12 anos de idade, incentivado por seu professor de educação física. Apesar de demonstrar vocação para o esporte, o começo de carreira do atleta foi marcado por dificuldades financeiras que impediam a aquisição de equipamentos e uma boa estrutura de treinamento.

O lance de sorte aconteceu aos 16 anos, quando Hudson passou a treinar com João Sena, nomes conhecido do atletismo brasiliense. O técnico passou a treiná-lo em distâncias de meio-fundo, como os 800 e os 1.500 m – esta última sendo a atual especialidade do corredor.

Graças ao apoio dos pais, Souza não seguiu a idéia de abandonar o esporte. Hudson pensava em largar os treinos e trabalhar como office-boy em uma agência bancária.