Gigante olímpico, EUA "acordam" em Londres enquanto Brasil transforma derrotas em esperança

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

  • EFE/LARRY W. SMITH

    Dream Team, de LeBron James, massacra Nigéria; "gigante adormecido", EUA acordam em Londres

    Dream Team, de LeBron James, massacra Nigéria; "gigante adormecido", EUA acordam em Londres

Jogo da seleção masculina de basquete dos EUA: após duas partidas comuns, os astros da NBA viraram “Dream Team” de verdade e resolveram fazer contra a Nigéria uma espécie de “All Star Game” de um time só em Londres. A equipe do Coach K fez 49 pontos no primeiro quarto. Passou dos 100 no terceiro período. E quebrou o recorde de pontos em um jogo em Olimpíadas quando a partida terminou, 156 a 73.

Foi o “highlight” de um dia em que os EUA, o gigante olímpico, acordou e empatou no número de ouros com a China. Na terra da Rainha, os súditos do Tio Sam conquistaram seis medalhas de ouro em um dia. Foi o maior número de medalhas douradas de um só pais em 24 horas desde que os Jogos começaram.

Além disso, foi também a primeira vez em que os EUA lideraram, sozinhos, o quadro de medalhas diário. O segundo lugar ficou com o Reino Unido, com três ouros. A China, líder geral graças a duas pratas, teve um dia de baixa: só um atleta do país, no tênis de mesa, ouviu o hino.

Dos seis pódios, três foram na piscina: Tyler Clary (200m costas), Rebeca Soni (200m peito) e Michael Phelps (200m medley). Outro, no remo, na prova do oito com timoneira (porque foi feminina). Os dois ouros finais foram especiais: Gabrielle Douglas venceu o individual geral da ginástica e se tornou a primeira negra a receber um ouro olímpico na prova.

E houve Kayla Harrison. Vítima de abuso sexual na infância, ela deu o primeiro título olímpico para o judô dos EUA na história. Como se não bastasse, foi a responsável pelo elo do sucesso americano com mantra “brasileiro não desiste nunca”, até porque mesmo as derrotas desta quinta trouxeram esperança para o Brasil.

Na semifinal, Harrison bateu Mayra Aguiar. Aos 20 anos, a brasileira era líder do ranking mundial e grande favorita. Mas, apesar da derrota e de uma lesão séria, ela engoliu o choro e, na luta seguinte, venceu e conquistou a medalha de bronze. Mesmo com o braço imobilizado.

A mesma coisa aconteceu no vôlei e no basquete. Bernardinho deixou a quadra reclamando e o Brasil foi atropelado por 3 a 1 pelos EUA. Mas, na primeira parcial, quem estava no ginásio viu a cara daquele time que dominou a modalidade nos últimos 11 anos. Nos sets seguintes, o brilho foi ofuscado pelos rivais (o dia era dos EUA, lembra?), mas ficou aquele gostinho que ainda dá.

No basquete, a derrota foi ainda mais promissora: os 75 a 74 para a Rússia não viraram vitória por detalhes ou, se preferir, segundos. O time de Rubén Magnano tirou uma diferença de 12 pontos no último período, chegou a estar cinco pontos a menos de dois minutos para o cronômetro zerar e só perdeu na última bola, “um milagre” de três de um russo Vitaliy Fridzon.

Teve Thiago Pereira. Na sua especialidade, os 200 m medley, ele entrou nos últimos 50 m na segunda posição. Mas admitiu que forçou demais, acabou a disputa “morto” (sua própria definição) e fora do pódio. A esperança ficou com Cesar Cielo e Bruno Fratus, ambos classificados para a final dos 50 m livre. Um foi o mais rápido da semi, o outro, o quarto.

Curiosamente, Michael Phelps, aquele que ficou fora do pódio nos 400 m medley, prova em que Thiago foi prata, deu o troco e venceu os 200 m medley, se tornando o primeiro tricampeão da história na natação. Já Cielo dividiu o melhor tempo com Cullen Jones, 21s54. Em comum, o fato de que os grandes rivais dos brasileiros são americanos. É, os EUA acordaram mesmo. Mas ainda há esperança.

BASQUETE

Na partida mais emocionante do torneio olímpico até o momento, o Brasil perdeu de 75 a 74 para a Rússia, graças a um tiro certeiro de 3 de Fridzon nos segundos finais. Apesar do revés dramático, a reação no 4º período fez com que os brasileiros ficassem otimistas em relação à sequência de competição. Huertas foi mais crítico: a vitória poderia ter saído se a estratégia no final fosse diferente. A apresentação assustou até os russos, que apontaram o Brasil como candidato a medalha.

BOXE

 

Uma das principais esperanças de medalha nos Jogos de Londres, Esquiva Falcão avançou com facilidade às quartas de final ao derrotar Soltan Migitinov, do Azerbaijão, no peso médio. Mais uma vitória, e ele chega ao pódio.

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HIPISMO

 

A amazona Luiza Almeida estreou nos Jogos de Londres nesta quinta-feira. A herdeira do grupo Tavares de Almeida, dono da cachaça Velho Barreiro e do banco Luso Brasileiro, conseguiu 65.866 pontos em sua apresentação no adestramento e terminou na 22ª colocação, com poucas de chance classificação.

JUDÔ

NATAÇÃO

REMO

 

Kissya Cataldo vai disputar a final C do skiff simples e brigará por um lugar entre as 13ª e 18ª posições no skiff simples do remo nos Jogos. A brasileira de 30 anos, que faz sua estreia olímpica em Londres, registrou o melhor tempo de sua carreira e terminou na segunda colocação das semifinais, nesta quinta.

TÊNIS

Em dia de visita real a Wimbledon, Marcelo Melo e Bruno Soares pararam nos franceses Llodra e Tsonga. Com a derrota, o Brasil se despede do evento. Já Federer avançou à semi e busca a sua primeira final olímpica contra Del Potro.

VÔLEI

Não foi um jogo ruim dos brasileiros, mas os EUA, depois de um primeiro set inconsistente, conseguiram a virada e venceram por 3 a 1. Na reedição da final olímpica de Pequim-2008, o Brasil errou muito, ao contrário do que aconteceu na terça, quando atropelou a Rússia (3 a 0). "Faltou paciência", disse o líbero Serginho. Para o técnico Bernardinho, ainda é cedo para falar em mudanças na estrutura do vôlei nacional.

Apesar da derrota, a seleção brasileira permanece na segunda colocação do Grupo B, com seis pontos conquistados (duas vitórias e uma derrota). Na próxima rodada, sábado, os comandados de Bernardinho enfrentam a Sérvia, às 18h (de Brasília). Haja coração!

VELA

O dia foi difícil para a dupla brasileira Robert Scheidt e Bruno Prada. Os dois continuam na segunda colocação, mas agora empatados com os suecos Fredrik Loof e Max Salminen. Pior: os britânicos Ian Percy e Andrew Simpson abrirem 9 pontos na liderança, faltando duas regatas para o fim da competição, além da Medal Race.

VÔLEI DE PRAIA

 

Ninguém conseguiu vencer o Brasil na primeira fase do vôlei de praia em Londres. Nesta quinta, Maria Elisa/Talita e Alison/Emanuel venceram suas partidas e confirmaram 100% de aproveitamento.

No feminino, de virada, as brasileiras bateram as australianas Bawden e Palmer. No masculino, os italianos Nicolai e Lupo complicaram o jogo, mas acabaram derrotados por 2 a 0.

 

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