Luciano Corrêa reencontra algoz de Pequim e é eliminado na segunda luta

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • AFP PHOTO / JOHANNES EISELE

    Luciano Corrêa foi novamente eliminado pelo holandês Henk Grool, seu algoz há quatro anos

    Luciano Corrêa foi novamente eliminado pelo holandês Henk Grool, seu algoz há quatro anos

O judoca Luciano Corrêa foi eliminado em sua segunda luta na categoria até 100 kg ao ser derrotado novamente pelo holandês Henk Grol, vice-líder do ranking, que já tinha vencido o brasileiro algoz nos Jogos de Pequim há quatro anos.

"O momento é de tristeza. Ser eliminado de uma Olimpíada é difícil, cair duas vezes para o mesmo cara é mais difícil ainda", disse Luciano Corrêa, sereno, na saída do ginásio.

“Comecei bem, mas tive problemas no final. Acho que meu oponente foi melhor. Ele teve uma tática mais bem definida. É uma derrota dolorosa para mim, é realmente triste, mas tenho que pensar no futuro”, lamentou Luciano. 

O brasileiro dominou a pegada no início da luta, mas o holandês conseguiu entrar antes nos golpes e fez com que Luciano tomasse três punições, acumulando um wazari, pontuação que o levou à vitória. Além de ter eliminado o brasileiro nos Jogos de 2008, o holandês também derrotou Luciano no Grand Slam de Paris no ano passado.

"Ele usou a estratégia de pegar na minha manga, e isso acarretou as punições", disse o brasileiro, que levou dois shidos por falta de combatividade e um por um ataque falso. "Acho que perdeu por detalhes. O outro tem a pegada melhor que a dele, mas ele tentou. Não conseguir é um detalhe", disse Luiz Shinohara, técnico da seleção masculina. 

A derrota era, até certo ponto, esperada. Henk Grol é o vice-líder do ranking mundial, foi bronze em Pequim em 2008, quando derrotou o próprio Luciano, e foi duas vezes prata em Mundiais no atual ciclo olímpico, enquanto brasileiro ficou distante dos melhores resultados.

Luciano, 16º do ranking olímpico, chegou a Londres como azarão, apesar de já ter um título mundial no currículo. Nem mesmo a “maldição” dos favoritos, que derrubou o cazaque Maxim Rakov, primeiro do mundo, logo na estreia, ajudou o brasileiro, que não teve uma estreia digna de parâmetro.

Seu primeiro rival do dia foi o malinês Oumar Kone, convidado da organização que não ofereceu resistência e logo sofreu um ippon por imobilização. Da arquibancada, quem também sofreu foi Joanna Maranhão, namorada do judoca, que assistiu a todo o confronto tensa, sem falar muito, e visivelmente nervosa. Só no minuto final, quando a derrota estava próxima, ela arriscou alguns gritos de incentivo, mas não pôde fazer muito até o fim do combate.

"Tenho um orgulho dele que não tenho nem palavras. Isso não diminui o valor dele para mim e para o Brasil inteiro. Taticamente ele estava muito bem, e o Grol não é qualquer um", disse a nadadora.

Algoz de Luciano, o holandês Henk Grol acabou ficando com o bronze. O ouro foi para o russo Tagir Khaibulaev, que derrotou o mongol Tuvshinbayar Naidan na final. 

Brasileiros em Londres - dia 6
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