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Handebol

AFP
Viviane (d) sofre para marcar adversária nos Jogos

Viviane Jacques

“Fizemos tudo com o intuito de ajudar o time
a conseguir acabar a temporada. A situação estava realmente crítica”, sobre as fotos nua

Data de nascimento
20/05/1977
Local de nascimento
Niterói (RJ)
Residência
Madri (ESP)
Peso e altura
59 kg / 1,70 m
Posição
Ponta direita
Participação em Pequim
9º lugar

Remanescente da histórica primeira participação da seleção feminina de handebol em Olimpíadas, em Sydney-2000, e vencedora de três Pan-Americanos, Viviane Jacques ficou marcada por um jeito diferente de divulgar o handebol. Em 2007, após conquistar o ouro no Pan do Rio, a jogadora e mais 11 colegas do time espanhol Orsán Elsa Prestigio posaram nuas para uma revista, com o intuito de atrair patrocinadores para o time.

“Fizemos tudo com o intuito de ajudar o time a conseguir acabar a temporada. A situação era realmente crítica”, explicou a ponta-direita na época. Com escassez de recursos, o clube que espanhol precisava arrecadar cerca de 300 mil euros (R$ 780 mil) para acabar a temporada.

“Morri de vergonha, mas foi tudo muito profissional e muito rápido, inclusive para decidir. Nem paramos para pensar nas conseqüências e a repercussão foi incrível.” O esforço deu resultado, tanto que a paulista segue na equipe, que foi campeã da temporada 2007/2008, seu quarto título na Liga Espanhola.

Bem antes disso, as primeiras memórias de Viviane remetendo ao esporte foram jogando futebol com o pai. Natural de São Paulo (SP), Viviane começou a praticar handebol em 1991, quando tinha 14 anos.

Até se firmar na seleção principal, Viviane sofreu com algumas dificuldades. A primeira foi o corte da seleção juvenil, em 1997, e depois uma cirurgia no joelho, em 2002, que a deixou temporariamente fora de quadra.

Mesmo assim, conquistou ouros nos três pan-americanos que disputou e teve grande importância nas duas campanhas olímpicas. Antes de Atenas, quando o Brasil foi sétimo colocado, Viviane, uma das mais animadas do elenco, teve se esforçar para não "cair na farra" em Aracaju. Enquanto as jogadoras estavam treinando na cidade, a capital sergipana realizava as tradicionais festas juninas, com forró tocando por toda a cidade.

Desta vez, o problema foi contornado, uma vez que a seleção brasileira passou a maior parte da sua fase de preparação no exterior, treinando uma semana na Espanha e competindo no Torneio da França, antes da viagem para os Jogos de Pequim.

Na China, Viviane teve atuação discreta no ataque, com apenas um gol, dando mais ênfase na defesa. A seleção não conseguiu melhorar sua sétima colocação de Atenas-2004 - fora 8ª em Sydney-2000 -, terminando com uma amarga nona colocação, já que a evolução da equipe foi interrompida.

As Olimpíadas na China foram ainda mais marcantes para Viviane, uma vez que ela já havia anunciado que encerraria sua participação na seleção brasileira após a competição. “O meu ciclo na seleção acabou. Já passei muita coisa nela e minha trajetória foi maravilhosa”, disse ela, falando sobre o adeus.