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Handebol

AP
A baixinha Pará jogou a sua segunda Olimpíada

Pará

"A vitória foi maravilhosa. Estamos de alma lavada”, após o duro triunfo contra a Coréia do Sul, com direito a gol no último segundo

Data de nascimento
28/06/1979
Local de nascimento
João Pessoa (PB)
Residência
Blumenau (SC)
Peso e altura
57 kg / 1,59 m
Posição
Ponta esquerda
Participação em Pequim
9º lugar

Com a debandada de jogadoras brasileiras para jogarem no handebol europeu, Aline Pará foi a única representante de um clube nacional nos Jogos Olímpicos de Pequim. Defensora do Blumenau, de Santa Catarina, a paraibana de João Pessoa disputou sua segunda edição das Olimpíadas.

No caminho até os Jogos, o handebol brasileiro proporcionou grandes dificuldades à ponta esquerda. Antes do Pan, ela e Lucila, que também vai a Pequim, viram-se sem clube com o desmanche do Guarulhos, equipe tradicional no Brasil. Com a promessa de conseguirem um patrocinador, as atletas chegaram a jogar por Jundiaí, mas nem chegaram a receber salários. Enquanto Lucila ficou sem clube, Pará conseguiu um contrato com o Blumenau e seguiu jogando.

Com a raça de sempre, Pará marcou 15 gols durante a competição - quarto melhor desempenho no fundamento -, e foi uma das que mais comemorou a única vitória brasileira. Contra a Coréia do Sul, o time venceu com um gol no segundo final da partida. "Estamos de alma lavada", definiu ela, após a partida em que marcou seis gols. No entanto, o Brasil dependia de novo resultado positivo, mas não conseguiu e amargou a nona posição, dois postos menos do que o atingido em Atenas-2004, interrompendo uma evolução que vinha acontecendo nas últimas competições.

A introdução ao handebol também foi à base de esforço. Para estudar, Pará precisou escolher um esporte que lhe desse uma bolsa. Acabou optando pelo handebol, também praticado pela irmã. Saiu de casa aos 15 anos para morar em uma república no interior de São Paulo, onde dividiu espaço com outras 15 meninas.

A paraibana considera o adeus ao lar o momento mais difícil de sua carreira. Sempre "a trabalho", ela também morou em São Bernardo do Campo e em Guarulhos antes de ir a Blumenau. Campeã pan-americana em Santo Domingo-2003, Pará define seu primeiro título com a seleção paraibana, ainda adolescente, como um dos momentos marcantes do esporte em sua vida.

Os resultados mais importantes vieram por outra seleção, a brasileira adulta. Os Pans na República Dominicana e posteriormente no Rio, jogando em casa, renderam duas medalhas de ouro. Nos Jogos de Atenas, foi uma das que garantiu a melhor posição brasileira na história, com o sétimo lugar.

Apesar da pouca estatura, com apenas 1,59 m, Pará se destaca pela agilidade e velocidade nos contra-ataques. Além disso, é precisa nos chutes a gol, sempre encarando as adversárias, geralmente muito mais altas.