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Handebol

AFP
Com Pará, Piedade (d) lamenta derrota nos Jogos

Dani Piedade

"Na Áustria, chorava quase todos os dias, era maltratada, não confiavam em mim e no meu potencial. Fiquei porque fui teimosa"

Data de nascimento
02/03/1979
Local de nascimento
São Paulo (SP)
Residência
Viena (AUT)
Peso e altura
71 kg / 1,73 m
Posição
Pivô
Participação em Pequim
9º lugar

Vizinha do autódromo de Interlagos, em São Paulo, Daniela sonhava em fazer carreira no automobilismo. Como o esporte era "caro demais" para que sua família pudesse lhe apoiar, escolheu o handebol em 1993, entre as tantas outras modalidades que praticava na escola.

Atuando como pivô, a paulistana destacou-se atuando pelo Jundiaí, no interior de São Paulo, mas nunca conseguiu levantar a taça da Liga Nacional. Foi no clube paulista que, em 2001, a jogadora recebeu a proposta para se transferir para a Áustria, pouco depois de Chana se tornar a primeira brasileira a atuar na Europa.

Apesar da grande chance, Dani Piedade, como é conhecida, não teve facilidades no Velho Continente. Assinou um contrato de seis meses com o Hypo Niederosterreich – também conhecido como Hypo Nö -, inicialmente para jogar no "time B".

Num país estranho e sem entender o idioma, Daniela diz que "comeu o pão que o diabo amassou". Sofreu muito com o preconceito, mas, segundo ela, "não por ser brasileira, mas por ser uma brasileira no handebol austríaco". Apesar de tudo, a pivô insistiu em ficar e passou a atuar como ponta esquerda. O esforço valeu a pena, tanto que, ao fim do contrato, foi convidada a renovar e então jogar pela equipe principal. Dani foi vice-campeã européia em 2003.

"Na Áustria, eu chorava quase todos os dias, era maltratada, não confiavam em mim e não acreditavam no meu potencial. Fiquei porque fui teimosa", lembra ela.

No mesmo ano, Dani esteve na seleção que foi campeã dos Jogos Pan-Americanos em Santo Domingo. Em Atenas-2004, a paulistana foi a grande surpresa do Brasil. Com atuações destacadas, alternando-se como ponta e pivô, foi a vice-artilheira do time, com 29 gols em sete jogos.

Piedade conquistou no Pan do Rio sua segunda medalha de ouro, já que esteve presente no bicampeonato da seleção em Santo Domingo-2003. Jogando em casa, ela ajudou o Brasil a bater Cuba e vencer a competição pela terceira vez consecutiva, garantindo a vaga para voltar aos Jogos Olímpicos, desta vez em Pequim. Na China, a paulistana não foi das mais utilizadas. Com dois gols em cinco partidas, viu a seleção cair da sétima posição, em Atenas-2004, para a nona em Pequim.