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Handebol

AP
A raça é uma das maiores características de Lucila

Lucila

"Quando fomos para a primeira Olimpíada éramos muito novas. Hoje não caímos mais na ilusão dos Jogos, que tem aquele brilho todo"

Data de nascimento
07/03/1976
Local de nascimento
Nova Iguaçu (RJ)
Residência
São Paulo (SP)
Peso e altura
68 kg / 1,74 m
Posição
Armadora central
Participação em Pequim
9º lugar

Apesar de ser uma das jogadoras mais importantes da seleção brasileira e com passagem no exterior, a armadora Lucila, que chegou à sua terceira participação em Olimpíadas, tem enfrentado dificuldades para sobreviver no handebol nacional. Atualmente, a carioca de Nova Iguaçu, de 32 anos, está sem clube e sobrevive com auxílio do COB e um patrocínio, mas não defende clubes.

O exemplo familiar foi preponderante na opção de Lucila pelo handebol. A veterana das Olimpíadas de Sydney-2000, uma das quatro que restou daquele time, deu seus primeiros arremessos movida pela admiração pelas irmãs jogadoras de handebol, das quais era a maior fã. Lucila sempre se dedicou ao esporte e inclusive resolveu se formar em Educação Física.

A faculdade foi um dos motivos para que a armadora preferisse ficar no Brasil em vez de seguir jogando no Leon Balonmano, da Espanha. Ela voltou ao Brasil para jogar pelo Guarulhos, time de tradição nacional, mas foi surpreendida quando o time foi fechado. Ela chegou a passar um tempo com o Jundiaí, mas nunca jogou pelo time, devido a uma contusão, nem recebeu pelo tempo por lá.

“Fomos esperando que houvesse patrocínio, mas sem nenhuma garantia. Acabou que a única verba que apareceu foi a da condução, na ida”, conta a brasileira. O período sem time preocupa Lucila, que esteve nos três ouros brasileiros em Pans. “Se eu estivesse num clube, seria diferente por chegar fisicamente preparada à seleção”.

As únicas fontes de renda da jogadora no último ano foram um apoio do Comitê Olímpico Brasileiro, após a participação no Pan, e de um amigo fisioterapeuta, que auxiliou na sua volta de lesão.

Independentemente das dificuldades, Lucila chega a Pequim com um histórico vencedor não só em Pans. Ela ajudou o Brasil a conseguir sua melhor posição na histórica, com o sétimo lugar em Atenas e colaborou com um desempenho destacado: foi a terceira maior artilheira da seleção, com 24 gols em sete partidas.

O destaque não foi tão grande na China. Durante os Jogos de Pequim, ela marcou apenas dois gols durante a competição, mas viu o time vencer como na impressionante partida contra a Coréia do Sul, quando Ana Paula marcou o gol decisivo no segundo final. A seleção acabou sendo apenas nona, interrompendo a evolução de Sydney-2000 (8º) e Atenas-2004 (7º).

Entre os vários planos para o período em que não estiver mais em quadra, em deles é montar uma instituição de auxílio para deficientes. "Quero trabalhar com pessoas especiais [deficientes], e realizar um dos muitos sonhos que tenho", diz a atleta.

Depois das Olimpíadas, a jogadora estuda voltar a jogar no handebol espanhol, uma vez que conseguiu se formar na faculdade de Educação Física, um dos motivos para ter ficado no Brasil nos últimos anos.

A influência da jogadora no handebol já surtiu efeito, principalmente em sua cidade natal. Em 2007, Nova Iguaçu teve a primeira edição da Copa Lucila Vianna de Handebol, com a disputa de equipes de categoria de base.