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Handebol

AFP
Bruno foi novamente uma das armas da seleção

Bruno Souza

"Acho que sou o único cara a se casar e passar 35 dias longe da esposa", disse Bruno, que se casou um dia antes de ir para Pequim

Data de nascimento
27/06/1977
Local de nascimento
Niterói (RJ)
Residência
Hamburgo (ALE)
Peso e altura
95 kg / 1,91 m
Posição
Armador
Participação em Pequim
11º lugar

A equipe masculina de handebol saiu de Pequim com a 11ª colocação. A derrota para a Espanha por 36 x 35 deixou a equipe fora das quartas-de-final.

Quando se fala no nome de Bruno Souza, é impossível não pensar no maior ídolo do handebol brasileiro e um espelho declarado para muitos jogadores que surgiram após as conquistas do carioca. Nascido em Niterói, ele começou no handebol aos 13 anos, em um centro esportivo local. Mais tarde, saiu do Niterói Rugby Clube e mudou-se para São Paulo, para jogar na Metodista.

Apesar da ascensão, uma lembrança não tão boa ficou da infância. O armador sofreu um acidente de carro em 1993 e teve um deslocamento da vértebra que levou os médicos a aconselharem o jogador a abandonar o handebol. Depois de três meses parado, Bruno voltou a competir e disse que se tornou um jogador bem mais agressivo.

Os Jogos Pan-Americanos sempre foram fundamentais para o carioca, que aproveitou sua exposição na seleção para crescer. Em Winnipeg, no Canadá, em 1999, o armador se destacou ao marcar 14 gols na decisão. Mesmo com a derrota brasileira para a Argentina, o desempenho abriu caminho para a carreira de Bruno Souza deslanchar no exterior.

No mesmo ano, o armador se transferiu para o Frisch auf Goppingen, na Alemanha, equipe na qual viria se tornar o maior nome do handebol brasileiro. A equipe disputava havia 12 anos a segunda divisão do Campeonato Alemão. No fim da primeira temporada, Bruno foi vice-artilheiro do torneio. Na segunda temporada, foi o maior goleador e o time subiu para a divisão principal. Durante três anos seguidos (2002, 2003, 2004) foi eleito para a seleção do mundo.

Em 2003, aconteceram as duas consagrações que colocaram o brasileiro como estrela do esporte: uma internacional, ao ser eleito o terceiro melhor jogador de handebol do mundo. Outra com a seleção brasileira, justamente em um Pan: foi ele quem marcou o gol decisivo dando o ouro ao Brasil a dez segundos do fim da final contra a Argentina no Pan de Santo Domingo-03. Com a conquista, o jogador também ganhou fama no país, onde o handebol tem tratamento diferente da atenção recebida na Alemanha.

Em Atenas-04, quando o Brasil ficou em 10º lugar, Bruno foi o jogador mais marcado e ainda foi o artilheiro da seleção na Grécia, com 28 gols. Em 2005, ele sofreu sua maior lesão, quando rompeu os ligamentos do ombro e ficou cerca de oito meses parado. Já em 2006, Bruno se transferiu para o Hamburgo, um dos times mais fortes da Liga alemã.

Na transição de clube, o armador pediu dispensa da seleção que disputaria o Pan da modalidade, o que gerou atritos com o técnico espanhol Jordi Ribera. O problema culminou no corte do armador, que assistiu da arquibancada o Brasil ser eliminado na primeira fase do Mundial da Alemanha em 2007. Com a polêmica resolvida, Jordi voltou a contar com Bruno no Pan do Rio. Jogando pela primeira vez em casa, o armador se consagrou com o bicampeonato, sendo um dos líderes na conquista.

Dois meses antes dos Jogos de Pequim, Bruno anunciou sua mudança para o handebol espanhol, nove anos após sua mudança para a Alemanha. Ele troca o Hamburgo pelo BM Alcobendas, de Madri. Outra mudança foi em seu estado civil. Um dia antes de embarcar rumo às Olimpíadas, ele se casou com a conterrânea Renata, abrindo mão, assim, da lua-de-mel.