Os meninos do judô brasileiro podem realizar um feito histórico

Wiliam Freitas - Gulô

Wiliam Freitas - Gulô

  • Javier Galeano/AP

    Tiago Camilo já tem uma medalha de prata e outra de bronze. Falta o ouro

    Tiago Camilo já tem uma medalha de prata e outra de bronze. Falta o ouro

O judô brasileiro, com sua equipe masculina, pode marcar a história da modalidade mais uma vez. Depois de Aurélio Miguel (Seoul-1988) e Rogério Sampaio (Barcelona-1992), que fizeram época ao ganhar medalhas de ouro para o Brasil, podemos, em Londres-2012, aumentar ainda mais esse brilho.

Ao analisarmos as possibilidades, encontramos esta situação:

Pressão por ser 'carro-chefe' de medalhas para o Brasil


A delegação brasileira de judô conta com uma delegação considerada forte, uma meta de medalhas superior à de Pequim-2008 e em meio à pressão por ser chamada de "carro-chefe" do Brasil em pódios. O Brasil terá 14 judocas disputando medalhas em Londres e, pela primeira vez, a delegação terá representantes em todas as categorias do esporte. "A meta é alcançar quatro medalhas, sendo uma de ouro. E chegar a uma final feminina", explica Ney Wilson.

Tiago Camilo (30 anos, terceira Olimpíada) pode conquistar sua terceira medalha olímpica. Com isso, superaria Aurélio Miguel (ouro em Seoul e bronze em Atlanta-1996). E, se garantir o ouro, completará seu quadro com três medalhas em três categorias diferentes, algo inédito no judô mundial. Ele já foi prata em Sydney-2000 na categoria até 73kg e bronze em Pequim-2008 na categoria até 81kg. Em Londres, vai competir na categoria até 90kg.

Outro que pode fazer história é Leandro Guilheiro (29 anos e terceira Olimpíada). Ele também pode conquistar sua terceira medalha: já é dono de dois bronzes, de Atenas-2004 e Pequim-2008, ambas na categoria até 73 kg. Em Londres, lutará na categoria até 81kg e chega como primeiro do ranking mundial e um dos favoritos.

Luciano Correa (30 anos e segunda Olimpíada), compete na categoria até 100kg. Ele participou de Pequim-2008 como um dos favoritos, por ter sido campeão mundial sênior em 2007 e terceiro colocado no mundial sênior de 2005. Infelizmente, não conseguiu repetir as boas atuações. Agora, quatro anos depois e campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja-2011, também será um forte candidato a uma medalha em sua categoria.

Em um caso semelhante, Leandro Cunha, o “Coxinha” (32 anos), disputa em Londres sua primeira Olimpíada, mas tem experiência de ter participado do grupo como reserva em outras Olimpíadas. Ele traz na bagagem a experiência de três finais importantes: Mundiais Sênior de 2010 e 2011, no qual foi vice-campeão em ambas, e Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja-2011, em que terminou com o ouro.

Os atletas debutantes em Olimpíadas são Rafael Silva (25 anos), que disputa a categoria +100kg. Ele chega como terceiro do ranking mundial. É um dos atletas que fez frente ao francês Teddy Riner, tetracampeão mundial e nome a ser batido em Londres, nos últimos meses e tem chances de medalha.

Felipe Kitadai (23 anos), da categoria 60 kg, é o atleta mais novo entre os homens. Fez bons confrontos contra os japoneses nas etapas da Copa do Mundo e Grand Slam e chega como Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja-2011.

Bruno Mendonça (27 anos) está na categoria 73 kg e é campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja-2011 e do evento preparatório realizado em Londres, em 2011.

Lembrando: essa equipe do Brasil é a atual vice-campeã mundial por equipes, em torneio realizado em 2011.

Com isso, a nossa expectativa de fazer historia é grande. Com a disputa de medalhas no mesmo dia (eliminatórias, semifinais e finais), ao contrário de outras modalidades em que a competição ocorre durante toda a semana, o judô reúne possibilidades únicas de estratégias diferentes durante o processo e fatores extrínsecos e intrínsecos devem ser considerados na trajetória dos atletas.

O sorteio das chaves colabora para uma campanha vitoriosa, apesar de ser norteado pelo ranking mundial. Começar lutando contra um adversário pior ranqueado teoricamente facilita a trajetória, pois na primeira luta você também batalha contra o nervosíssimo e a ansiedade, entre outros fatores a serem considerados. Além disso, se perder um confronto, o atleta precisa reunir um grande nível de concentração e controle emocional para buscar novamente o caminho do pódio já que, em minutos, ele pode voltar ao tatame para a repescagem. Acordar confiante e focado no dia é imprescindível. Por isso estamos com a expectativa em bons resultados pela excelente preparação, talento e raça de nossos atletas.

No próximo texto falaremos de nossas Meninas de Ouro...

Wiliam Freitas - Gulô

É professor universitário da Fefisa/Uninove/Gama Filho e diretor técnico Associação de Judô Gulô e WDV Sports Ltda. Faixa preta de judô 5º Dan pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Gulô é também comentarista do canal Bandsports, do Placar UOL de judô nas Olimpíadas 2012 e correspondente do site JudoPaulista, parceiro do UOL.

UOL Cursos Online

Todos os cursos