O judô, por ser uma modalidade em que as categorias disputam tudo no mesmo dia (eliminatórias, semifinais e finais), o sorteio das chaves se torna importante rumo ao pódio. Neste sábado (28/07), começam as disputas das categorias 60kg (masculino), com Felipe Kitadai, e 48kg (feminino), com Sarah Menezes.

Vamos analisar as chaves, considerando o ranking mundial:

Kitadai (foto ao lado), 11º no ranking mundial: A categoria tem 37 atletas. Em seu primeiro confronto, o brasileiro enfrenta o atleta da Mongólia (Tumurkhuleg Davaadorj), 9º do ranking mundial. Kitadai já enfrentou o atleta uma vez, no Mundial Júnior de 2008, e perdeu. Vencendo, os seus próximos adversários são atletas piores ranqueados. Em seu terceiro confronto, caso vença e confirme seu favoritismo, poderá encontrar Rishod Sobirov, nº 1 do ranking e atual campeão mundial. Para ser campeão, precisará fazer mais duas lutas (totalizando cinco combates para trazer o ouro). Enfrentar um atleta com ranking próximo ao seu no começo e adversários teoricamente melhores somente a partir das quartas de finais pode trazer confiança. Entendo como um bom sorteio, com chances reais de pódio.

Sarah, 3ª do ranking: A categoria tem 19 atletas. Ela enfrentará uma atleta do Vietnã (Ngoc Tu Van) na estreia, rival que nunca enfrentou. Vencendo, lutará com a francesa Laetitia Payet, 11ª do ranking. Se seguir, poderá enfrentar na sua quarta luta, pela semifinal, a atleta da Bélgica, Charline van Snick, 4ª do ranking. Caso a atleta vença seus confrontos, na quinta luta chegará a sua final, tão esperada por nós. O sorteio da chave foi sua primeira vitória, mas, precisa concretizar essa oportunidade.

No domingo (29/07), entram no tatame Leandro Cunha (66kg) e Érika Miranda (52kg).

Cunha, o popular “Coxinha”, 5º do ranking mundial: A categoria tem 36 atletas e ele também precisará vencer cinco lutas para ser campeão. Enfrentará, em seu primeiro confronto, Pawel Zagrodnik, da Polônia, que terminou em 34º lugar no ranking. Lutaram uma vez, no Grand Slam de Moscou, em 2011, e o brasileiro venceu. Se seguir o favoritismo, vencendo suas lutas, poderá enfrentar o atleta da Rússia, Musa Mogushkov, 2º do ranking, somente na semifinal. Teve um sorteio de chaves que possibilita fazer uma campanha rumo ao pódio.

Érika (foto), 4ª do ranking mundial: A categoria tem 23 atletas. Para ser campeã, precisa vencer quatro lutas. Enfrentará a atleta da Coréia do Sul, Kyung-Ok Kim, 23ª no ranking. Lutaram duas vezes (no Mundial de 2007, no Rio de Janeiro, e no Grand Slam de Tóquio, em 2009) e em ambas a brasileira venceu. Se seguir vencendo, poderá enfrentar a japonesa Misato Nakamura, 3ª do ranking, na semifinal. Boas possibilidades de pódio. Como os outros, começará com atletas teoricamente mais fracos e poderá ganhar confiança e seguir na competição.

Analisar pelo ranking mundial o sorteio das chaves foi o indicador que utilizei como referência. Porém, no judô, a vitória depende de outros fatores e a análise do esporte vira algo mais complexo. Por exemplo: quais atletas chegam lesionados na competição (que não é o caso do Brasil nesta Olimpíada)? Quem sofre com excesso ou falta de confiança no dia? Também temos de pensar em ansiedade, pressão pelos resultados, entre outros. Nestes casos, nem mesmo no sorteio das chaves o fator “sorte” serve como referencia, já que foi direcionado pelo ranking mundial. Vamos torcer para que nossos atletas consigam desempenhar o seu melhor. Se isso acontecer, com certeza chegarão ao pódio.

Nos próximos dias analisaremos as chaves dos outros brasileiros.

Então, vamos à luta! Com nossos atletas no tatame, estaremos ao vivo, online, no PLACAR UOL, fazendo os comentários e observações de todas as lutas entre os dias 28/07 até 03/08. Vamos Brasil...