COB faz bom planejamento e brasileiros não têm desculpas se falharem nos Jogos

Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki

Sexta-feira começam os Jogos Olímpicos. Na linguagem do esporte, agora quem pode mais, chora menos. Todo mundo já treinou o que tinha de treinar, estudou os adversários, fez a lição de casa. Agora é ter mente forte para enfrentar a pressão, que é muito grande.

Um dos aspectos mais importantes para atingir o máximo é assumir a responsabilidade por seu resultado. Se vencer, comemorar muito. Se perder, pegar para si a responsabilidade. Atleta que perde o controle emocional nestes dias que antecedem a competição começa a ficar irritado com tudo. É o calor que não deixa dormir, a comida que não tem feijão, o treinador que não avisou o horário do treino.

A mesma coisa pode acontecer com o treinador que perde o controle mental. Começa a ver defeitos no atleta, lembrar problemas do passado, falar que o atleta não escuta suas orientações. Tudo para ter o que dizer se algo der errado. Ou seja, no inconsciente, a derrota vai ficando mais perto do que a vitória.

Por tudo isso, não gostaria de ver reclamações durante as coletivas, pois atleta e treinador têm que ter a coragem de assumir a responsabilidade por sua performance na hora da competição. Temos que deixar de lado essa mania de colocar a culpa por nossos fracassos nos outros.

Alguns atletas precisam parar com a mania de se colocar como vítima do destino, pois esta posição não constrói uma carreira de sucesso. O passado não pode decidir o futuro de ninguém.

O trabalho desenvolvido por Marcus Vinicius Freire, superintendente executivo do COB, e sua equipe formada por executivos do mercado e medalhistas olímpicos, merece nosso aplauso. Fizeram um trabalho sensacional e proporcionaram o que os treinadores pediram para que seus atletas tenham sucesso em Londres.

O suporte à preparação está fantástico. Maurren Maggi quis se preparar em Madri, como faz todos os anos? Organizaram tudo o que ela precisaria em Madri. O pessoal do judô quis ficar fora da badalação? Montaram para eles uma estrutura em Shefield, a 200 km de Londres.

Os atletas quiseram ficar em Londres, mas sem a badalação da Vila Olímpica? Montaram para eles um centro de treinamento no Crystal Palace. A equipe de futebol quis cuidar da sua estrutura? Deixaram que eles tivessem total liberdade.

O vôlei de praia quis treinar no Crystal Palace? Montaram uma quadra com a mesma areia da quadra oficial, com o mesmo posicionamento da quadra, para não ter surpresas com relação ao sol. O pessoal da natação quis treinar com os blocos oficiais? Compraram os blocos e deixaram a piscina com as mesmas condições dos Jogos.

Tem atleta que não se alimenta direito porque estranha a comida? Levaram a chefe Roberta Sudbrack para fazer a comida brasileira, com o nosso tempero. Ainda levaram uma equipe de ciência do esporte, uma das melhores do mundo, com todas as especialidades que se possa imaginar. Até o quiropata Plínio Barreto, que vai para sua quarta Olimpíada consecutiva, foi integrado à delegação.

Cada detalhe foi cuidado com profissionalismo, para que atletas e treinadores só se preocupem em treinar e fazer aquilo que se comprometeram a realizar. Agora não tem choro nem vela. É olhar para a meta e fazer o que foi treinado.

Neste momento, não há futuro ou passado. É fazer acontecer no presente olímpico, sem medo de ser feliz. E, principalmente, ter a coragem de assumir seus resultados. Enquanto os campeões decidem, planejam e realizam, os perdedores reclamam e dão desculpas.

PS: Chego a Londres nesta quinta para estar junto dos meus atletas do EC Pinheiros. Adrenalina pura!

Roberto Shinyashiki

Psiquiatra com pós-graduação em Administração de Empresas e doutorado em Administração e Economia, viaja o Brasil e o mundo fazendo palestras, conduzindo seminários e atuando como consultor para empresários, políticos e esportistas. É autor de vários best sellers, entre eles “Sucesso É Ser Feliz” e “Problemas? Oba!” e já vendeu mais 6 milhões de livros.

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