Será que Bernardinho e Magnano acertaram nas convocações?

Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki

Será que o Bernardinho deveria levar o Ricardinho para a Londres? O Magnano deveria convocar o Nenê? Como o Tite encaixará os novos contratados do Corinthians em um time que comeu grama para ganhar a Libertadores?

No passado, algumas experiências de trazer craques que por uma razão ou outra não estavam no grupo durante uma conquista trouxeram problemas muito fortes de relacionamentos na equipe.

Atletas, como as outras pessoas, têm o que Freud chamou de inconsciente. Ou seja, no seu aspecto racional é perfeito trazer um grande jogador para melhorar o nível da equipe, mas algumas vezes dentro do seu íntimo a sensação de ver um amigo que lutou junto para conquistar uma vaga ser dispensado sensibiliza os seus valores.

Os norte-americanos adoram analisar aspectos das batalhas e alguns psicólogos comparam a véspera de um jogo decisivo com o dia anterior de uma batalha. As reações de medo de algo dar errado, a tensão física, as preocupações do que possa acontecer são parecidas.

A grande diferença é que na guerra o jovem pode perder a vida e em um jogo ele pode correr o risco de ter um arranhão imenso em sua imagem como aconteceu com o ginasta Diego Hypolito a partir da sua queda em Pequim.

Companheiros que lutam junto em uma batalha vão ser amigos para o resto de suas vidas. Um grupo como o do basquete brasileiro precisou ter uma união do tipo indestrutível para conseguir uma grande conquista (a vaga na Olimpíada). Portanto, trazer alguém que não fez parte do passado é um processo delicado.

Várias vezes em meu trabalho com equipes tive que fazer reuniões com os novos convocados e o capitão do time para conseguir que estes sentimentos de rejeição ao novo companheiro se transformasse em espirito de colaboração. Nem sempre é fácil.

Mas tanto o Bernardinho, como o Magnano e o Tite são treinadores experientes que vão saber conseguir essa integração com sucesso. O que vocês acham que vai acontecer? 

Roberto Shinyashiki

Psiquiatra com pós-graduação em Administração de Empresas e doutorado em Administração e Economia, viaja o Brasil e o mundo fazendo palestras, conduzindo seminários e atuando como consultor para empresários, políticos e esportistas. É autor de vários best sellers, entre eles “Sucesso É Ser Feliz” e “Problemas? Oba!” e já vendeu mais 6 milhões de livros.

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