Em Londres, judô brasileiro manteve evolução olímpica

Wiliam Freitas - Gulô

Wiliam Freitas - Gulô

  • REUTERS/Kim Kyung-Hoon

    Sarah Menezes contribuiu para a melhor campanha olímpica do judô brasileiro com uma medalha de ouro

    Sarah Menezes contribuiu para a melhor campanha olímpica do judô brasileiro com uma medalha de ouro

Ao analisarmos o judô brasileiro nas Olimpíadas de Londres percebemos a evolução na estrutura oferecida aos atletas e comissão técnica e na quantidade de atletas com chances de pódio. Chegamos a Londres-2012 com a expectativa de realizar a melhor campanha do país e conseguimos.

Em Atenas-2004 tivemos duas medalhas de bronze, com Flávio Canto na categoria 81 kg e Leandro Guilheiro na categoria 73 kg. mantendo a mesma quantidade de medalhas nas Olimpíadas de Atlanta, em 96 e de Sydney, em 00. Nas Olimpíadas de Pequim-2008, conseguimos aumentar o número e tivemos três medalhas de bronze, novamente com Leandro Guilheiro na categoria 73 kg, Tiago Camilo na categoria de 81 kg e a inédita medalha do judô feminino com Ketleyn Quadros, na categoria até 57 kg.

Em Londres 2012, aumentamos quantitativa e qualitativamente o número de medalhas. Foram quatro: o ouro com Sarah Menezes na categoria 48 kg, e três bronzes, com Felipe Kitadai, na categoria 60 kg, Mayra Aguiar, na categoria 78 kg e Rafael Silva, na categoria mais de 100 kg.

A equipe brasileira ainda conseguiu dois quintos lugares com Tiago Camilo, na categoria 90 kg, e Maria Suellen, na categoria mais de 78 Kg. Estes resultados devem ser respeitados, pois, para qualquer atleta, ficar entre os cinco melhores do mundo é uma grande conquista.

Demonstramos força e evolução no judô feminino e mantivemos a tradição no judô masculino, que vem conquistando medalha em todas as edições olímpicas desde Los Angeles 1984, que era a melhor campanha brasileira no judô com uma medalha de prata e duas de bronze. A campanha em Londres ainda nos deixou com impressão que poderíamos ter conseguido mais, já que tivemos atletas que não apresentaram o seu melhor judô.

Durante as Olimpíadas analisamos sempre sobre uma ótica técnica. As dificuldades de ter a competição da categoria em um só dia, conforme já mencionamos, além de outras variáveis, sempre influenciam. Tivemos atletas favoritos perdendo na primeira luta e, em contrapartida, atletas que chegaram como convidados pelo Comitê olímpico Internacional e se tornaram campeões.

Esta edição de Jogos Olímpicos apresentou-se a mais equilibrada dos últimos anos. O Japão, por exemplo, sempre favorito, não conquistou nenhuma medalha de ouro na categoria masculino. No feminino das sete categorias em disputa, tivemos sete países diferentes conquistando a medalha de ouro, justificando o nivelamento técnico.

Vamos continuar em evolução para o Rio-2016, pois os atletas brasileiros já estão classificados por ser país sede. Com média de idade de 22 anos, podemos pensar que boa parte da equipe que foi a Londres poderá voltar a competir com mais experiência e tranquilidade, a exemplos dos medalhistas Sarah (22 anos), Felipe (23 anos), Mayra (21 anos) e Rafael (25 anos ).

Voltamos de Londres com a sensação de dever cumprido. Aproveito a oportunidade para parabenizar toda a “família Judô” que sempre luta a favor da modalidade, desde os professores da base, em suas escolas, clubes, academias. Parabenizo também a Confederação Brasileira de Judô, que vem melhorando as condições dos atletas, e os familiares que sempre estão ao lado dos judocas. E que venha o Rio-2016.

Relembre o ouro de Sarah Menezes no judô
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Wiliam Freitas - Gulô

É professor universitário da Fefisa/Uninove/Gama Filho e diretor técnico Associação de Judô Gulô e WDV Sports Ltda. Faixa preta de judô 5º Dan pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Gulô é também comentarista do canal Bandsports, do Placar UOL de judô nas Olimpíadas 2012 e correspondente do site JudoPaulista, parceiro do UOL.

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