Derrota de Guilheiro mostra que os melhores precisam se reinventar para surpreender os rivais

Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki

  • Flavio Florido/UOL

    Leandro Guilheiro lamenta após perder para japonês e ficar sem medalha na Olimpíada de Londres

    Leandro Guilheiro lamenta após perder para japonês e ficar sem medalha na Olimpíada de Londres

Leandro Guilheiro, um dos atletas brasileiros dessa Olimpíada, volta para casa sem nenhuma medalha.

Gostei da coragem do judoca em assumir que os adversários lutaram melhor que ele. Fizeram a lição de casa, estudaram o seu jogo e travaram os seus melhores golpes.

Assim vai acontecer sempre: o favorito será estudado em seus mínimos detalhes para ser destronado.

Por isso, as jogadas de Neymar deixaram de ser surpresa. Todos sabem que ele é o atleta a ser marcado, pois até nos outdoors de Londres ele é personagem de várias campanhas publicitárias.

Assim também aconteceu na terça-feira com Marta, que não conseguiu desenvolver o seu jogo contra o Reino Unido pois tinha uma certa liberdade para jogar até a intermediaria, e a partir daí, era sempre cercada por duas marcadoras que não davam espaço para ela sequer pensar.

Nós vemos isso muito no tênis quando aparece um novo tenista sensacional. Nos primeiros campeonatos, o seu estilo de jogo surpreende a todos, mas depois os treinadores e especialistas começam a descobrir os seus pontos fracos e como neutralizar os seus pontos fortes, e a decadência é quase inevitável.

Estamos vendo isso acontecer com Rafael Nadal. Eu me lembro de ver o Roger Federer chorando após perder mais uma final para o espanhol, mas hoje o jogo dele já está neutralizado e ele acaba contundido por forçar demais o corpo em busca dos resultados.

No caso do Neymar, ele vai ter de mostrar que é especial a ponto de surpreender os adversários, mesmo com todos os esquemas montados para pará-lo.

Os gênios desenvolvem novas estratégias para surpreender o adversário que vem preparado para um estilo de luta e é pego de surpresa.

Nas lutas, o Anderson Silva fez isso muito bem contra o Vitor Belfort. No futebol, Messi tem conseguido impor o seu jogo apesar de todos os esquemas dos seus adversários, e por isso ele é o gênio que é.

Roberto Shinyashiki

Psiquiatra com pós-graduação em Administração de Empresas e doutorado em Administração e Economia, viaja o Brasil e o mundo fazendo palestras, conduzindo seminários e atuando como consultor para empresários, políticos e esportistas. É autor de vários best sellers, entre eles “Sucesso É Ser Feliz” e “Problemas? Oba!” e já vendeu mais 6 milhões de livros.

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