Filósofo do basquete, irmão de Pedro Bial só não faz "discurso de eliminação"

Mauricio Stycer

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    Alberto Bial, comentarista de basquete do SporTV

    Alberto Bial, comentarista de basquete do SporTV

Rússia e Lituânia estão em quadra, disputando uma vaga nas semifinais do basquete masculino nos Jogos Olímpicos de Londres. Alberto Bial, comentarista do SporTV, entende que há muito mais coisa em jogo: “Não é uma guerra, é um jogo de basquete, mas é jogado com sentimento pleno de disputa”, filosofa.

Como seu irmão mais novo, Pedro Bial, faz à frente do “Big Brother Brasil”, Alberto tempera o trabalho com tiradas que vão além do óbvio, mas que causam espécie ao fã do esporte.

“As pessoas que são do basquete fazem parte de uma família”, diz o comentarista, no meio da transmissão da partida, contando histórias de sua amizade com Carlos Renato dos Santos, o Renatinho, árbitro das finais olímpicas de 2000 e 2004, também comentando no SporTV.

Num momento mais duro do jogo, observa: “O técnico lituano sentiu o drama psicológico do jogador.” Também faz comentários enigmáticos. “O russo Khryapa faz um jogo sujo, no bom sentido”. E,, torcendo pela Lituânia, diz: “Todas as tentativas são válidas. Tem que tentar até o último segundo”. A Rússia venceu por 83 a 74.

Bial comentou também, nesta quarta-feira, outra semifinal, entre Espanha e França. “Uma partida muito prazerosa e gostosa de ser assistida”, disse, elogiando o equilíbrio entre as duas equipes. Quando o francês Batum marca num lance estranho, Bial observa: “Uma cesta espírita, vamos dizer assim. Um jump de costas. Isso é um ótimo sinal para a França”.

No meio do jogo, Bial e Renatinho divagam sobre a final entre Estados Unidos e URSS, nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique.

A aula de história é interrompida quando a Espanha começa a superar a França. “Euforia nem tristeza combina com um jogo de basquete. Tem que manter a frieza”, ensina Bial. Torcendo pelos franceses, o comentarista lamenta uma cesta fácil perdida pela equipe azul e branca. “Dali é pênalti, não pode errar”.

O jogo termina com vitória da Espanha por 66 a 57. “Uma partida simplesmente emocionante”, resume. Só faltou o “discurso de eliminação” para os franceses.

Mauricio Stycer

É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor. É autor dos livros “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (editora Alameda) e “O Dia em que Me Tornei Botafoguense” (Panda Books). Conheça seu Blog no UOL

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