UOL Olimpíadas 2008 Atletas Brasileiros
 

Vela

Robert Scheidt

"Velejamos mal em alguns momentos, mas não deixamos o moral cair. É muito bom poder levar mais esta medalha para o Brasil"

Data de nascimento
15/04/1973
Local de nascimento
São Paulo (SP)
Residência
São Paulo (SP)
Peso e altura
80 kg / 1,88 m
Classe
Star
Participação em Pequim
Prata

Ao lado de Bruno Prada, Robert Scheidt conquistou em Pequim-2008 sua quarta medalha consecutiva em Olimpíadas, a primeira competindo na classe Star. Scheidt e Prada chegaram em terceiro lugar na regata da medalha e terminaram com 53 pontos perdidos na classificação geral, o que lhes garantiu a segunda colocação no pódio olímpico.

A dupla Scheidt/Prada fez uma campanha de superação para chegar à prata olímpica. No início da competição, os brasileiros estiveram na 11ª posição, e pouco a pouco foram diminuindo a perda de pontos para se aproximar dos líderes. A partir da primeira vitória, na quarta regata, os velejadores iniciaram a reação que os levou ao pódio olímpico.

Um terceiro lugar na oitava regata foi o passo decisivo para a conquista da medalha de prata. O resultado fez com que a dupla Scheidt/Prada avançasse quatro posições na classificação, chegando à quarta colocação, pela primeira vez encostando nos líderes da comepetição.

Na reta final do torneio olímpico, os brasileiros chegaram à terceira posição. Na regata da medalha, um revés dos líderes suecos, que chegaram na última posição, unido ao terceiro lugar de Scheidt/Prada, deu a pontuação necessária para que os velejadores do Brasil conquistassem a medalha de prata.

Nenhum atleta brasileiro chegou às Olimpíadas de Pequim com tantas conquistas quanto Robert Scheidt. O velejador, dono de mais de 100 títulos em regatas pelo mundo, é o único bicampeão olímpico da delegação verde-amarela, após a aposentadoria de Maurício e Giovane, do vôlei, e da desistência de Torben Grael em continuar sua campanha olímpica - o outro brasileiro com dois títulos olímpicos é o saltador Adhemar Ferreira da Silva.

Scheidt foi o porta-bandeira brasileiro na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Após três Olimpíadas, o velejador paulista foi para Pequim como estreante em uma nova categoria. Scheidt conquistou suas três medalhas anteriores na classe Laser (ouro em 1996 e 2004 e prata em 2000) e, na China, velejou na classe Star, um barco maior e com um tripulante a mais, o proeiro Bruno Prada.

Em três anos velejando no novo barco, Scheidt ostenta resultados impressionantes. Liderou o ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela) em 2006, o segundo em que se dedicou exclusivamente à classe. No mesmo ano, foi vice-campeão mundial. Em 2007, venceu o Mundial de Portugal, a primeira seletiva olímpica da vela, que contou com as principais tripulações do planeta. Para completar, ainda venceu a Pré-Olímpica de Qingdao, evento teste nas raias olímpica, na mesma época dos Jogos.

Desempenho que não surpreende quem acompanha a carreira do velejador. No pequeno Laser, ele era o melhor do mundo com folga. Foi oito vezes campeão mundial da classe, sem contar as três medalhas olímpicas. Em 2006, porém, decidiu que o barco já não era grande o suficiente e trocou de classe. A escolhida foi a Star, justamente a de Torben Grael, maior atleta olímpico da história brasileira e o velejador com o maior número de medalhas nos Jogos em todo o planeta.

A disputa pela vaga, porém, não aconteceu. Desde Atenas-2004, quando foi ouro ao lado de Marcelo Ferreira, Torben se afastou das classes olímpicas. Deu a volta ao mundo, disputou a America's Cup e, quando iria voltar para a Star, recebeu uma proposta para dar uma segunda volta ao mundo, comandando um time rico da Europa. Aceitou sem pestanejar e Scheidt abocanhou a vaga olímpica.