* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
Total: atletas
"Existia o sonho de ir à Olimpíada. O Brasil tinha acabado de ficar sem uma dupla e a 470 era a classe com classificação mais fácil"
O gaúcho Fábio Pillar aproveitou uma chance de ouro para se classificar para os Jogos Olímpicos. Em 2007, a classe 470, então dominada no país por Alexandre Paradeda, perdeu seu titular, que anunciou sua aposentadoria da vela olímpica após o ouro no Pan do Rio.
Sem representante, o Brasil se viu órfão na classe em que a conquista da vaga olímpica era quase certa. Foi aí que Pillar e seu amigo, Samuel Albrecht, apostaram. Começaram a treinar no final de 2007 e, no começo de 2008, partiram para a Austrália para disputar o Mundial Pré-Olímpico.
Na Oceania, precisavam ficar entre os 30 melhores para conquistar uma das oito vagas em jogo para as Olimpíadas. Mesmo em seu primeiro torneio internacional na nova classe, os dois terminaram em 29º lugar, conquistando a vaga.
O sucesso não foi exatamente uma surpresa para Pillar. Em 2006, aos 20 anos, já era campeão mundial. O título veio na Laser Radial, classe que não é olímpica nem pan-americana, após um vice-campeonato em 2005. Antes, ele já tinha sido vice-campeão mundial júnior da classe Snipe.
Pillar começou a velejar aos nove anos, com seu pai, um amante do esporte, no Rio Gauíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Seu primeiro barco foi um Optmist, mas logo ficou grande demais para a classe e passou a velejar em Snipes, Hobbie Cats e Laser Radial. Ironicamente, porém, o tamanho também atrapalhou para que ele seguisse carreira na Laser Standart, essa, sim, no currículo olímpico: com 1,72 m e 64 kg, ele era pequeno demais para a classe que consagrou Robert Scheidt.
A saída foi apostar no 470, mas isso só aconteceu quando Samuel Albrecht, que tinha acabado de terminar sua parceria com André Fonseca na campanha olímpica pela vaga na 49er, fez o convite. "Naquela hora, o 470 era ideal: não tinha titular no Brasil e era perfeito para o meu biótipo".
A dupla começou a participação em Pequim com um nono lugar na primeira regata. Mas, na prova seguinte, uma largada queimada fez os brasileiros perderem 30 pontos. Eles conseguiram se recuperar com um quarto lugar na quinta regata, mas foram desclassificados novamente na série seguinte. Com isso, Fábio e Samuel não conseguiram ficar entre os dez primeiros e ir à regata da medalha, terminando a campanha com um 17º lugar.