Bruno Prada

"Em todas estas classes em que velejei, acabei sendo expulso pelo meu tamanho, sempre maior que o ideal das categorias".

Bruno Prada fez a sua estréia olímpica em Pequim ao lado de um dos maiores vencedores do Brasil nos Jogos: Robert Scheidt, que migrara para a classe Star. A dupla, que já havia provado sua capacidade no novo barco com um título mundial, começou mal na raia de Qingdao, com um décimo lugar.

Mas os brasileiros se recuperaram na hora certa e chegaram em terceiro nas quatro últimas regatas - inclusive na da medalha, que vale o dobro e decide o pódio. A superação e a regularidade nos momentos decisivos da competição lhes rendeu a medalha de prata.

Proeiro de Robert Scheidt na classe Star, Bruno Prada teve de fazer um grande sacrifício pelo bem da dupla: engordar. Muito grande para outras classes da vela, mas ainda leve para ser proeiro de um barco tão grande, Prada teve de ganhar mais de dez quilos desde 2005, quando a dupla passou a competir regularmente.

"Eu já velejei de Optimist, Holder, Pinguim, Snipe, Laser e Finn. Em todas estas classes, acabei sendo expulso pelo meu tamanho, sempre maior que o ideal das categorias. Mas ganhar peso para o Star não foi fácil como todos podem pensar. Além de engordar, eu tinha de manter a agilidade", lembra.

Os esforços valeram a pena para o paulista. Antes da parceria com Scheidt, seu principal resultado era a medalha de bronze na classe Finn no Pan-Americano de Winnipeg, em 1999. Hoje, é campeão mundial (2007), chegou a liderar o ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela) e conquistou sua primeira medalha olímpica.

Com família de velejadores, Bruno Prada começou a competir cedo. Aos nove anos venceu sua primeira regata, na classe Optimist, e foi rapidamente migrando de classe, procurando sempre um barco que comportasse seu biótipo. Conheceu Robert Scheidt ainda garoto, quando ainda aprendia a velejar.

A amizade continuou até 2001, quando se transformou em parceria: já pensando em deixar a Laser, onde até 2005 conquistaria o bicampeonato olímpico e oito títulos mundiais, Scheidt passou a velejar na classe Star com o amigo, então velejador de Finn.