Record interrompe cerimônia da medalha de Cielo para exibir programa policial

Mauricio Stycer

Mauricio Stycer

  • REUTERS/Tim Wimborne

    Cesar Cielo chora ao sair do pódio com o bronze, imagem que o espectador não viu na hora, na Record

    Cesar Cielo chora ao sair do pódio com o bronze, imagem que o espectador não viu na hora, na Record

Anunciada desde ontem com estardalhaço pela Record, a final dos 50 m livre, na natação, teve um desfecho surpreendente para quem assistiu à prova na emissora. A cerimônia da entrega das medalhas foi cortada antes do fim para a exibição, em São Paulo, do policial “Cidade Alerta”.

O público chegou a ver Cesar Cielo receber a medalha de bronze das mãos de Carlos Artur Nuzman, mas não conseguiu ouvir, até o final, o hino nacional da França, tocado em honra do vencedor da prova, Florent Manaudou, nem o desfile dos atletas, ao descer do pódio, que é tradicionalmente exibido.

No site da Record, informava-se que a transmissão dos Jogos Olímpicos iria até as 17h30, mas foi cortada às 16h50. Em outras cidades, no lugar do “Cidade Alerta”, comandado por Marcelo Rezende, foi ao ar o seriado “Todo Mundo Odeia Chris”.

A Olimpíada tem, de fato, ocupado um pedaço considerável da grade da Record. O Investimento é visível. A emissora já chegou a ficar no ar por horas seguidas com esportes em que atletas brasileiros não estavam disputando nada ou não tinham chance alguma, como as finais de ginástica feminina ou saltos ornamentais.   

Por isso, surpreende a pressa em cortar o sinal do pódio da natação antes do final da cerimônia.

 

 

A Record responde

A assessoria de comunicação da emissora afirma que o corte na transmissão dos Jogos estava previsto desde ontem, apesar do site da Record, onde se encontra a grade de programação, não registrar esta alteração. Como a mudança seria para uma programação local, e não nacional, a Record argumenta que seria muito difícil prolongar a transmissão da cerimônia de entrega da medalha de Cesar Cielo. 

Qualquer que seja a justificativa, o fato é que o espectador foi prejudicado. Uma pena.

Mauricio Stycer

É jornalista desde 1986. Repórter e crítico do UOL, autor de um blog que trata da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor. É autor dos livros “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (editora Alameda) e “O Dia em que Me Tornei Botafoguense” (Panda Books). Conheça seu Blog no UOL

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