Ainda incomodada com as críticas à cobertura dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, a Record divulgou um documento inédito, intitulado “Carta Olímpica”, no qual se dirige a “telespectadores e anunciantes”, mas que visa, de fato, se “vacinar” contra futuras críticas e cobranças ao trabalho da emissora.

A “carta” se antecipa às prováveis críticas que a Record receberá em Londres ao dizer com todas as letras que não vai transmitir todos os eventos importantes ao vivo. “Algumas disputas podem ser recuperadas de outros horários”, diz o texto, ou seja, serão transmitidas já com os resultados conhecidos.

A grade com a previsão de transmissões da emissora para a primeira semana dos Jogos não inclui, por exemplo, a transmissão da partida de basquete feminino entre Brasil e Rússia, programada para o dia 30 de julho. No mesmo horário, a emissora promete exibir o jogo de vôlei feminino entre Brasil e Estados Unidos.

A Record sabe que problemas deste tipo vão ganhar ressonância quando for feita uma comparação com a cobertura prometida pelos canais pagos SporTV, ESPN e BandSports. Por isso, a observação da “carta”: “Ao contrario de uma emissora segmentada em esportes, nós temos o compromisso com nosso público e patrocinadores de oferecer uma opção completa de entretenimento para toda a família”.

A “Carta Olímpica” deixa entendido, nas entrelinhas, que a emissora se ressente de “uma má vontade” contra a Record. “Houve uma cobrança (no Pan) que não ocorreu em outros momentos”, disse um executivo da emissora a este blogueiro, referindo-se a coberturas esportivas da Globo.