O revezamento 4x100 livre é uma das provas mais emocionantes do programa olímpico. Com ou sem a equipe brasileira na final, assistir a esta prova é ver a essência da gana na disputa por uma medalha olímpica.

A equipe francesa tinha o grito preso na garganta desde 2008. A prova de recuperação que o norte americano Jason Lezak fez em cima do francês Alain Bernard é considerada por muito especialistas da natação como a mais ?alucinante? de todos os tempos.

A propósito, nem os EUA nem a França eram favoritos a medalha de ouro, e sim a Austrália. Mas os franceses precisam mostrar serviço e principalmente retirar a fama que tinha de ?arregões na hora H?.  Mesmo que Ryan Lochte não seja especialista nos 100 metros, a comissão técnica norte americana acreditava que se pulasse na frente, ninguém teria condições de alcançá-lo.

Em situação oposta a de Pequim em 2008, o ultimo nadador francês saltou atrás do nadador americano e conseguiu ultrapassagem. Yannic Agnel buscou o melhor nadador da atualidade - Ryan Lochte - e ajudou a França a conquistar uma vitória que vale muito mais do que um a medalha no quadro geral dos jogos. Uma vitória que vale a retomada da credibilidade e do respeito que os velocistas franceses haviam perdido.

Nos campeonatos mundiais de 2009 na cidade de Roma, e no de 2011 na cidade de Shangai, a França era a favorita e não havia conquistado a vitória, fato que deixou o grito na garganta ainda mais forte. 

Profetizando ainda mais a revanche francesa, Alan Bernard e Jason Lezak nadaram as eliminatórias em Londres para seus respectivos países e como atletas reservas também ganham medalha. Alan Bernard é campeão olímpico do revezamento 4x100 Livre de 2012 e agora pode ter noites melhores de sono e ter um pouco de conforto ao relembrar a prova de revezamento de 2008.

Mas a vingança não é restrita aos países citados. O norte americano Brendan Hansen e o japonês Kosuke Kitajima são declarados arquirrivais na prova do 100 peito. Os dois foram adversários em Atenas 2004 e Pequim 2008 sendo que as vitórias sempre pertenceram a Kitajima.

Hansem havia se aposentado após 2008, mas resolveu voltar a competir às vésperas da seletiva norte americana, conquistando a vaga de titular. A mídia não comentou sobre os dois porque o sul-africano Cameron Van de Burg roubou a cena, e ainda tivemos o australiano Christian Sprenger  com  a prata. Mas o destino proporcionou uma vingança silenciosa e fria, pois Hansen venceu Kitajima lado a lado, visto que nadaram nas raias 8 e 7 respectivamente.

Para encerrar definitivamente a carreira de Brendan Hansen, nenhuma vingança era mais desejada do que vencer seu arquirrival lado a lado, mesmo que na surdina. Parabéns a Hansen e à equipe francesa do revezamento 4x100 livre, nada como um dia após o outro. Ou melhor, nada como uma braçada após a outra.