Karla

Em um pouco mais de 10 anos de carreira, já passou por doze clubes, em três países: Brasil, Rússia e Polônia. Quase parou de jogar

Ela parte para a disputa da sua segunda olimpíada e se depender de sua persistência, o time brasileiro brigará e muito para não voltar pela segunda vez consecutiva, sem uma medalha na modalidade. Karla não se destaca pelo porte físico, mas sim por sua agilidade e garra, que faz com que não desista fácil das jogadas.

Assim como não desistiu de disputar o esporte que tanto ama. Após um período difícil, chegou a ficar parada por 8 meses, voltou para sua cidade natal, completou os estudos e começou a trabalhar na loja do irmão. Porém, não agüentou ficar longe do garrafão e retornou ao esporte.

Mesmo em atividade, a armadora sempre encontrou dificuldades devido ao pouco investimento dos clubes no esporte. Isso a fez mudar de equipe por diversas vezes e em um pouco mais de 10 anos de carreira, já passou por doze clubes, em três países diferentes, pois além do Brasil, esteve na Rússia e Polônia. No país, jogou em três estados diferentes – São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná – sem contar o início no Distrito Federal, onde nasceu. Atualmente joga pelo Catanduva, do interior paulista.

Sua presença em Atenas era pouco provável, principalmente se for levado em consideração o fato do torneio olímpico ter sido o seu primeiro como profissional pela seleção. Nas categorias de base chegou a disputar outras competições, mas já se faziam sete anos da última vez que havia defendido a seleção.

Neste meio tempo, foi convocada apenas uma vez, em 2001, quando passou um mês apenas treinando com o time. Em Atenas, teve poucas oportunidades de estar em quadra e nada pôde fazer para a conquista do bronze diante das russas.

Curiosamente, o mesmo técnico que lhe dera a repentina oportunidade para disputar as Olimpíadas de Atenas, não mais contou com seus serviços após os Jogos. Somente três anos depois, já sob o comando de Paulo Bassul, após a disputa do Pan-Americano no Rio de Janeiro, é que Karla voltou a atuar pela seleção, no Torneio Pré-Olímpico das Américas, realizado no Chile e que o Brasil ficou em terceiro.

Desde então é presença constante na seleção e no título Sul-Americano deste ano, foi um dos destaques do time com 91 pontos em 6 jogos e a boa média de 15 por partida. Disputou ainda o Pré-Olímpico Mundial na Espanha que garantiu o time brasileiro em Pequim.