Apesar de medalhas, Brasil fica com sabor amargo por tudo o que representa ao vôlei de praia

Alexandre Rivetti

Alexandre Rivetti

  • Flavio Florido/UOL

    Medalhistas de prata do volêi de praia, Emanuel e Alison posam no pódio

    Medalhistas de prata do volêi de praia, Emanuel e Alison posam no pódio

Após o término dos jogos de vôlei de praia nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, já podemos analisar as duplas brasileiras e sua participação nos campeonatos masculino e feminino.

No naipe feminino não tivemos grandes surpresas. A maior delas, por azar de nós, brasileiros, foi com Juliana e Larissa. Candidatas à disputa da medalha de ouro, elas não conseguiram confirmar a vaga na final ao perder para a segunda dupla norte-americana, Kessy/Ross, depois de estarem com um set à frente e uma vantagem de quatro pontos na segunda parcial.

Juliana e Larissa levaram a virada na semifinal, e encerraram sua participação com uma medalha de bronze que quase foi perdida para as chinesas em um jogo tenso, onde tiveram uma grande superação para poder virar um jogo que estava praticamente perdido.

Na final feminina, Walsh e May tiveram uma partida tranquila mais uma vez, já que esperavam as brasileiras para travarem o que seria uma verdadeira batalha - mas não foi. As norte-americanas chegaram a mais uma medalha de ouro, encerrando uma das parcerias mais vitoriosas de todos os tempos do vôlei de praia.

Já no naipe masculino vimos muitas zebras. A principal dupla norte-americana, Rogers/Dalhausser, foi surpreendentemente eliminada pelos italianos Nicolai/Lupo. Já os brasileiros Alison e Emanuel fizeram um torneio muito bom até a final, mas na disputa do ouro, perderam para os alemães Brink/Reckermann, que, com muito mérito, eliminaram as duas duplas brasileiras e se tornaram campeões olímpicos.

No final das contas, de quatro medalhas possíveis, ganhamos duas. Não podemos falar que foi ruim a nossa participação, com um país que é tão carente de medalhas. Mas ficamos com um sabor amargo, de quero mais, por tudo que o vôlei de praia representa em nosso país e no mundo.

Os Jogos de Londres também marcaram o fim de uma era para o vôlei de praia brasileiro. Emanuel e Ricardo, desta vez com parceiros diferentes, devem ter disputado sua última olimpíada, e vão entrar para o hall dos grandes atletas no esporte. Quem viu, viu. São dois superatletas que vão deixar saudades.

Um último detalhe que devemos falar é a qualidade da arena de vôlei de praia de Londres, e o show que a modalidade deu nessa olimpíada, que teve lotação máxima todos os dias e com uma animada torcida que contagiou os londrinos. Agora é esperar a olimpíada do Brasil e imaginar o que nossas duplas poderão fazer em casa. Vai ser fantástico!

Alexandre Rivetti

Formado em Educação Física pela Unisa e pós-graduado em Treinamento Esportivo em Voleibol pela USP. Possui mais de 20 anos de experiência com passagens por diversos clubes entre eles Osasco, São Paulo e Banespa. Foi auxiliar-técnico da seleção brasileira universitária na Universíade de Pequim-2001 e técnico da equipe adulta feminina do Banespa nas Superligas 2007/2008 e 2008/2009. Entre os títulos, estão o de campeão paulista nas categorias mirim, infantil e infanto pelo Finasa/Osasco entre 2000 e 2002, campeão paulista juvenil feminino equipe Banespa em 2008 e bicampeão brasileiro universitário em 2000 e em 2003.

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