Brasil foi 100% na primeira fase, mas torneio começa agora

Alexandre Rivetti

Alexandre Rivetti

As quatro duplas brasileiras passaram pela primeira fase do torneio sem perder nenhuma partida. Sem dúvida é um resultado excelente para o voleibol brasileiro, mas houve muita diferença na qualidade dos jogos de cada uma das duplas.

Vamos começar com Juliana e Larissa. Elas tiveram um primeiro jogo muito tranquilo contra a dupla das Ilhas Maurício, praticamente em tom de treino. Já no segundo confronto tiveram pouco mais de dificuldade, mas Larissa fez a diferença nos contra-ataques e com grandes defesas. O último jogo foi um show de Juliana no bloqueio e na virada de bola. A dupla segue como nunca para chegar à final olímpica e deve pegar uma dupla mais tranquila nessa próxima fase.

Com Maria Elisa e Talita as coisas foram diferentes. Elas caíram em uma chave difícil, mas logo no primeiro jogo Maria Elisa surpreendeu, não ficou nervosa com sua primeira Olimpíada e carregou a dupla com ataques e defesas sensacionais. No segundo jogo enfrentaram uma dupla muito qualificada, as alemãs que ganharam algumas etapas do circuito mundial desse ano. Como era de se esperar, o jogo foi decidido no último set, mas Talita alternou altos e baixos e acabou sendo superior no bloqueio. No terceiro jogo houve uma queda muito grande de rendimento, que quase levou as brasileiras a conhecerem a primeira derrota. Na partida, Talita foi inconstante na rodada de bola, e a dupla perdeu o primeiro set, mas se recuperaram e foram buscar a virada. A dupla termina com o alerta ligado para a próxima fase.

No masculino, Pedro Cunha e Ricardo caíram em uma chave mais fácil do que Emanuel e Alison. Eles ganharam o primeiro jogo sem muitos problemas, mas depois oscilaram muito, principalmente Ricardo no ataque. Acho que teremos problemas na próxima fase. Ricardo vem jogando na saída há pouco tempo e pode ter problemas com uma dupla mais qualificada. Ele, no último jogo, também ficou muito irritado com seu desempenho no bloqueio e isso influenciou seu ataque. Já Pedro Cunha vem muito bem e constante tanto na defesa como na virada de bola. Alerta ligado pra segunda o mata-mata.

Por fim, Emanuel e Alison, a grande esperança brasileira. Em minha opinião, teve o pior desempenho das quatro duplas. Eles começaram o primeiro jogo muito nervosos, no qual venceram apenas no último set e com uma diferença mínima. No segundo jogo foram um pouco melhor e ganharam com certa tranquilidade. Já no terceiro, outra vez o sofrimento. Levantamentos ruins de Alison e dificuldade de Emanuel pra virar as bolas no bloqueio italiano. Penso que a dupla vá apresentar outro padrão de jogo a partir de agora porque tem que melhorar bastante, caso queira chegar forte na disputa pelo ouro olímpico.

Acredito bastante no Brasil, até mesmo para quatro medalhas. Mas tenho os pés no chão e acho que não devemos nos iludir com esses resultados, afinal o torneio de verdade começa agora.

Força brasil!

Alexandre Rivetti

Formado em Educação Física pela Unisa e pós-graduado em Treinamento Esportivo em Voleibol pela USP. Possui mais de 20 anos de experiência com passagens por diversos clubes entre eles Osasco, São Paulo e Banespa. Foi auxiliar-técnico da seleção brasileira universitária na Universíade de Pequim-2001 e técnico da equipe adulta feminina do Banespa nas Superligas 2007/2008 e 2008/2009. Entre os títulos, estão o de campeão paulista nas categorias mirim, infantil e infanto pelo Finasa/Osasco entre 2000 e 2002, campeão paulista juvenil feminino equipe Banespa em 2008 e bicampeão brasileiro universitário em 2000 e em 2003.

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