A teoria nazista de superioridade da raça ariana foi derrubada por um negro, filho de escravos e que, em seu país, ainda era obrigado a andar na traseira do ônibus para não se juntar aos brancos. Aos 23 anos, o velocista Jesse Owens foi o grande protagonista das Olimpíadas de Berlim.
Owens foi o responsável pela maior derrota alemã da competição. Conta a lenda que, ao chegar em primeiro nos 100 m rasos, o norte-americano não recebeu o cumprimento de Adolf Hitler, que deixou o estádio após a vitória.
Esnobado pelo presidente... dos EUA
As autoridades olímpicas insistem que Hitler nem mesmo estava no estádio. Tendo ou não evitado Owens, não foi para Hitler as reclamações do atleta. "Não foi Hitler que me esnobou. Foi (o presidente dos EUA) Roosevelt. O presidente nem mesmo me mandou um telegrama", disse Owens, no livro "Owens Pierced a Myth", de Larry Schwartz.
Além dessa conquista, Owens levou para casa o ouro nos 200m (20s7) e no salto em distância (8,13m) - ambos com recordes olímpicos -, e no 4x 100m (39s8), no qual ajudou o time norte-americano a bater o recorde mundial.
O apelido Jesse é, na verdade, a junção das iniciais de seus dois primeiros nomes, James Clevland. Aos sete anos, ele ajudava os pais na colheita de algodão no Alabama.
Começou a correr desde cedo e, por causa do talento, freqüentou a Universidade do Estado de Ohio. No circuito universitário, quebrou o recorde de números de campeonatos nacionais conquistados, com oito títulos nos anos de 35 e 36.
Após a vitória em Berlim-36, Owens voltou aos EUA com a intenção de aceitar contratos publicitários, fruto da atenção recebida. O plano, porém, deu errado. Ele foi considerado profissional, perdeu o status olímpico e os contratos.
Teve, então, de viver exibições. Owens corria contra atletas locais e até mesmo cavalos. Fumante, Jesse Owens morreu no dia 31 de março de 1980, aos 76 anos, de câncer no pulmão.
Velocista calou alemães