UOL Olimpíadas 2008 Histórico das Olimpíadas
 

Abebe Bikila (ETI)

Abebe Bikila nasceu na Etiópia, em 7 de agosto de 1932. A milhares de quilômetros de lá, no mesmo dia, estava sendo disputada a maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Um presságio para o maior maratonista das Olimpíadas, o primeiro atleta a vencer duas vezes a prova.

O herói dos pés descalços

Bikila nasceu em uma favela de Addis Abeba, capital da Etiópia, e para treinar, costumava correr, descalço, em algumas colinas com mais de 2.000 metros de altitude. Com isso, ganhou o preparo físico necessário para ser campeão.

Membro da guarda pessoal do imperador Haile Selassie, Bikila tinha 28 anos e corria uma maratona pela terceira vez quando competiu em Roma. Mesmo assim, o etíope cruzou a linha de chegada com 200 metros de vantagem sobre um dos favoritos ao ouro, o marroquino Rhadi Ben Abdesselem, que até a independência do seu país competia pela França.

Quando chegou a Roma, acompanhado do treinador finlandês Omni Niskanen, o etíope fez um passeio de táxi pela cidade, para anotar numa caderneta alguns pontos-chaves do percurso. O Obelisco de Axum, a 1,5 km da linha de chegada, marcava o início de uma subida. Abebe definiu que a partir daquele ponto apertaria o passo.

O monumento, curiosamente, tinha importância histórica para os etíopes. O Obelisco de Axum foi construído na Etiópia e levado para Roma após as conquistas do Império Romano na África.

A maratona foi disputada à noite e Niskanen acompanhou o passo de seus principais adversários até o obelisco. No local indicado, o etíope disparou para a vitória, deixando para trás seu principal adversário. Foi a primeira medalha de um negro africano nas Olimpíadas.

Nos Jogos de Tóquio, em 1964, Bikila já era uma estrela do atletismo mundial. Ao contrário de quatro anos antes, corria de tênis e meias para tentar ser o primeiro homem a vencer a maratona duas vezes seguidas. Nem mesmo uma apendicite, que o obrigou a se submeter a uma operação a 40 dias antes da prova, o parou. Bikila venceu seu adversário mais próximo por quatro minutos e seu tempo, 2h12min11s2 era, na época, o melhor tempo da história da maratona.

EFE

Primeiro ouro, descalço

Outros destaques
Wilma Rundolph (EUA)
  • A norte-americana, 20ª filha de uma família de 22 irmãos, sofreu inúmeras doenças quando criança, incluindo poliomielite, que a deixou sem andar até os oito anos. Nas Olimpíadas de Roma, virou a mulher mais rápida do mundo, com ouro nos 100m, 200m e 4x100m.
  • Cassius Clay (EUA)
    • Roma viu o primeiro título importante de Muhammad Ali, o maior boxeador de todos os tempos. Ainda usando o nome de batismo, Cassius Marcellus Clay, ele foi ouro nos meio-pesados. Meses depois, fez sua primeira luta como profissional e, em 1964, já era campeão mundial.

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