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Judô

Flávio Florido/UOL
Schlittler perdeu para o campeão mundial Riner

João Gabriel Schlittler

"Por causa do peso, acabo sendo mais rápido do que a maioria dos meus adversários. Mas eles são mais fortes e mais pesados"

Data de nascimento
10/02/1985
Local de nascimento
Rio de Janeiro (RJ)
Residência
Rio de Janeiro (RJ)
Peso e altura
114 kg / 1,99 m
Categoria
Pesado
Participação em Pequim
Sétimo lugar

Último brasileiro a entrar no tatame em Pequim, o carioca João Gabriel Schlittler entrou pressionado para se tornar o primeiro da seleção a conquistar uma vaga na semifinal. Sua queda, no entanto, aconteceu justamente a uma luta de ficar entre os quatro primeiros da chave nas Olimpíadas.

Seu algoz foi o velho conhecido Oscar Brayson, de Cuba, que já o havia derrotado na final dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Ele ainda retornou para a disputa do terceiro lugar, mas foi eliminado na decisão da repescagem pelo francês campeão mundial Teddy Riner por ippon e encerrou o torneio na sétima posição.

Com 1,99m de altura, era difícil imaginar que Schlittler, de 23 anos, fosse o "peso leve" dos pesos pesados. Mas, em uma categoria em que os melhores do mundo costumam passar dos 120 kg, 130 kg, ele fez parte do time dos magrinhos com 114kg. Teddy Riner, por exemplo, tem 2,04m e 124kg.

Até os mais baixos são mais pesados que o brasileiro: único algoz de Schlittler no Mundial do Rio, no ano passado, o russo Tamerlan Tmenov tem 120kg e 1,83m. "Por causa dessa desvantagem, eu estou sempre tentando ganhar peso, para equilibrar um pouco as coisas", conta o carioca, medalhista de prata no Pan-Americano do Rio - na final, perdeu apenas na bandeira, em decisão que contestou.

O troco, porém, viria no Mundial do Rio de Janeiro, semanas depois do Pan. Em sua primeira participação no torneio, ele chegou até a semifinal da competição, quando parou no russo Tmenov. Na decisão do bronze, surpreendeu e derrotou a lenda Kosei Inoue, tricampeão mundial e dono de um ouro olímpico.

Estreante nos Jogos Olímpicos, Schlittler começou no esporte por acaso. "Minha mãe não tinha com quem me deixar e fui forçado a entrar no judô", diz ele, que freqüentava as aulas acompanhado de seu irmão mais velho.

Com o tempo, apenas o caçula continuou se dedicando ao esporte. "Eu nunca lutei contra meus irmãos. Ele parou para continuar com a faculdade", afirma. No ano passado, o próprio judoca se deparou com a escolha entre a escola e o tatame. E o judô venceu: ele trancou as faculdades de Direito e Economia para treinar para o Pan e ainda não voltou.