UOL Olimpíadas 2008 Atletas Brasileiros
 

Judô

Divulgação
Danielli Yuri ficou muito abatida com a derrota

Danielli Yuri

"Eu devia ter tido mais paciência, administrado mais. Só precisava de mais um waza-ari para ganhar. Foi meu erro. Fui para cima e me embananei toda".

Data de nascimento
03/01/1984
Local de nascimento
Registro (SP)
Residência
São Paulo (SP)
Peso e altura
63 kg / 1,60 m
Categoria
Meio-médio
Participação em Pequim
eliminada na 1ª luta

Danielli Yuri chegou perto, mas não conseguiu reverter a sina das judocas da categoria meio-médio da seleção brasileira em Olimpíadas. A atleta chegou a ter um waza-ari de vantagem sobre a sul-coreana Jayoung Kong em sua estréia, mas perdeu por ippon. Depois disso, não conseguiu ir à repescagem e deu adeus à competição.

"Eu devia ter tido mais paciência, administrado mais. Mas quando joguei a coreana, fiquei assustada com a facilidade com que consegui e resolvi ir para cima. Só precisava de mais um waza-ari para ganhar. Foi meu erro. Fui para cima e me embananei toda", conta a atleta, chorando, ao lado dos pais, que foram do Japão à China para acompanhá-la.

Até hoje, somente em uma edição dos Jogos Olímpicos uma atleta da categoria deixou os Jogos Olímpicos com vitória. Em Sydney-2000, Vânia Ishii venceu três lutas, duas delas na chave principal, foi até as quartas-de-final, mas terminou sem classificação.

Medalhista dos Jogos Pan-Americanos e representante brasileira no Mundial do Rio, Danielli Yuri temeu por sua vaga nas Olimpíadas de Pequim. Após uma temporada de sucessos em 2007, 2008 não começou do jeito que a japonesinha esperava. Em duas competições na Europa, que serviam como seletiva para o time brasileiro, ela venceu apenas uma luta.

Sua rival, Vânia Ishii, passou em branco. A maior experiência da campeã pan-americana, porém, era um temor para Yuri. "Eu sabia que nós duas não tínhamos lutado bem. E como ela é mais experiente, eu achava que poderiam escolhê-la. Só acreditei quando recebi o e-mail confirmando meu nome", diz Yuri.

Aos 24 anos, a vaga olímpica foi o prêmio para a persistência da judoca. Sua família se mudou para o Japão quando ela era criança e seu pai, depois de muito trabalho em fábricas japonesas, abriu uma academia para ensinar o esporte a brasileiros. Sua filha foi a primeira atleta olímpica da escola.

"Eu treinei muito forte no Japão. O circuito colegial lá era em um nível quase profissional e não queria jogar tudo aquilo fora. Treinava de domingo a domingo, sol e chuva eu estava lá. Quando terminei, disse ao meu pai que iria tentar chegar na seleção aqui no Brasil", conta. Para isso, porém, teve de se esforçar. Por um ano, trabalhou em uma fábrica para juntar dinheiro para a viagem. "Peguei minha mochilinha e vim para cá com a cara e a coragem".