UOL Olimpíadas 2008 Atletas Brasileiros
 

Judô

Divulgação
Edinanci estava bem até a disputa final pelo bronze

Edinanci Silva

"Entrei com a vontade e a tática. Mas ela entrou com a vontade e o antídoto. Cheguei bem e por um vacilo deixei a medalha escapar. Não saio com raiva da minha adversária. Saio triste por não ter feito o que queria"

Data de nascimento
23/08/1976
Local de nascimento
Souza (PB)
Residência
São Caetano (SP)
Peso e altura
78 kg / 1,75 m
Categoria
Meio-pesado
Participação em Pequim
quinto lugar

Tudo indicava que Edinanci Silva conquistaria sua primeira medalha olímpica em Pequim. Após um dia repleto de boas atuações, a brasileira foi superada na última luta pelo terceiro lugar pela sul-coreana Gyeongmi Jeong e acabou derrotada. Ao menos, ela obteve sua melhor participação nas Olimpíadas após três sétimas posições consecutivas.

"Entrei com a vontade e a tática. Mas ela entrou com a vontade e o antídoto. Ela conhece o meu estilo, sabia que se fizesse uma luta comum poderia forçar punições. Mas o problema é que ela não veio assim. E me surpreendeu. Não esperava aquele golpe. Cheguei bem e por um vacilo deixei a medalha escapar. Não saio com raiva da minha adversária. Saio triste por não ter feito o que queria", lamentou a atleta após a derrota.

Edinanci veio de uma infância pobre na Paraíba para obter as principais conquistas do judô feminino nos últimos anos: única brasileira bicampeã pan-americana da modalidade e dona de duas medalhas de bronze em mundiais (1997 e 2003). Currículo digno do maior nome do time feminino antes da ida para a China.

A história olímpica da paraibana impressiona pelas dificuldades superadas. Ela começou a lutar judô aos 15 anos, por recomendação de uma psicóloga, para auxiliar no tratamento de labirintite. Ficou até os 17 anos na Paraíba, até se mudar para São Paulo.

Em 1996, na Olimpíada de Atlanta, a sua primeira, a judoca teve que passar por um teste de feminilidade a poucos dias de sua estréia, prejudicando seu desempenho. Em 2000, em Sydney, uma contusão foi a vilã da vez. Foi só em Atenas que chegou inteira - física e psicologicamente. Porém, perdeu a duas lutas do bronze.

Dona favorita da vaga na categoria meio-pesado há tempos no Brasil, ela não teve dificuldades para passar pela seletiva da seleção feminina contra sua rival Claudirene Cezar. "Fiz só o necessário. Não é hora de gastar os cartuchos", afirma a judoca.

Desde a primeira participação olímpica, Edinanci mudou bastante. Antes explosiva no tatame, hoje ela está mais tática e calma. "Estamos trabalhando as reações da Ed. Às vezes, ela não corresponde às nossas expectativas e muito menos às dela", diz a técnica Rosicléia Campos, ex-judoca olímpica na mesma categoria de Edinanci.