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Judô

Divulgação
Eduardo sofreu com arbitragens contestáveis

Eduardo Santos

"Estou chegando agora, essa foi minha primeira Olimpíada e não tinha muita experiência. Essa foi a primeira vez que fiquei nessa situação de enfrentar uma série de favoritos".

Data de nascimento
22/04/1983
Local de nascimento
São Paulo (SP)
Residência
São Caetano (SP)
Peso e altura
90 kg / 1,82 m
Categoria
Médio
Participação em Pequim
sétimo lugar

Longe de estar entre os favoritos nas Olimpíadas e titular da seleção brasileira pela primeira vez a apenas oito meses do torneio, Eduardo Santos teve um desempenho em Pequim que fará seu nome ser reconhecido a partir de agora no circuito mundial.

O atleta paulista venceu três combates com belos ippons. Ele só ficou com o sétimo lugar devido a decisões contestáveis dos juízes nas quartas-de-final, contra o francês Matthieu Dafreville, e na final da repescagem, diante do suíço Serguei Aschwanden. No último confronto, ele foi derrotado pela escolha dos árbitros (hantei), após dez minutos de luta.

Novato na equipe nacional, o judoca acha que o fato de não ser conhecido e lutar contra favoritos foi prejudicial. "Estou chegando agora, essa foi minha primeira Olimpíada e não tinha muita experiência. No circuito europeu, aprendi como funcionava a arbitragem internacional, mas essa foi a primeira vez que fiquei nessa situação de enfrentar uma série de favoritos", lamentou após encerrar a competição em sétimo lugar.

Carlos Honorato não se classificou para as Olimpíadas de Pequim, mas parte dos méritos do jovem Eduardo Santos ter conquistado a vaga para lutar na China são seus. Em 2005, após voltar dos Jogos de Atenas, Honorato encontrou seu companheiro de clube lesionado e precisando de uma operação no pé.

O veterano, então, doou um de seus agasalhos olímpicos para Eduardo fazer uma rifa. O dinheiro levantado garantiu a operação e manteve Eduardo no esporte. Os dois estão na mesma equipe desde 2000, quando o novato chegou a São Caetano.

"Minha relação com o Honorato é muito boa, não é de rival. Ele sempre fez questão de conversar comigo, me passou todas as dicas. Essa experiência que ele tentou me passar foi importante. Devo muito a ele", diz o judoca de 25 anos.

A vaga de Eduardo veio em uma das disputas mais acirradas da seleção brasileira. Ele seu rival, o carioca Hugo Pessanha, tiveram resultados ruins na Europa. O sétimo lugar na Copa do Mundo de Praga, na República Tcheca, porém, fez a diferença - Pessanha não ficou entre os nove colocados em nenhuma das duas etapas que disputou.

As duas competições do processo seletivo olímpico foram as primeiras de Eduardo na Europa. "Eu fiquei nervoso na primeira, mas foi bom para ver que não tem nenhum bicho papão", conta.

Na viagem, ele contou com a companhia do irmão, que também tentava vaga nas Olimpíadas. Walter Santos ficou em nono lugar na Super Copa do Mundo de Hamburgo, mas perdeu a vaga dos pesados (+ 100) para João Gabriel Schlittler.