Bandeira olímpica chega ao Rio, e conta da preparação para 2016 atinge R$ 22,2 bi

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Flávio Florido/UOL

    Prefeito Eduardo Paes recebe a bandeira olímpica simbolizando a passagem dos Jogos

    Prefeito Eduardo Paes recebe a bandeira olímpica simbolizando a passagem dos Jogos

Encerrada a Olimpíada de Londres, as atenções voltam-se agora para o Rio de Janeiro. A Bandeira Olímpica chega nesta segunda-feira à cidade, que será a próxima sede dos Jogos Olímpicos, daqui a quatro anos. Com ela, chega também a conta da preparação para 2016. Uma conta que, mesmo incompleta, já atingiu R$ 22,2 bilhões.

A CONTA PARCIAL DA RIO-2016

Tema Obra Custo (em R$)
Transporte BRT Transolímpica 1,55 bi
  BRT Transcarioca 1,58 bi
  BRT Transbrasil 1,30 bi
  Linha 4 do Metrô 5,6 bi
  VLT 1,10 bi
Infraestrutura Reforma do Porto do Rio 314 mi
  Revitalização da região portuária 8,13 bi
  Viaduto Abolição 31,6 mi
Estruturas esportivas Parque Olímpico* 1,35 bi
  Reforma do Sambódromo 65 mi
Outros Centro de Operações 25 mi
  Parque dos Atletas 40 mi
Total   22,25 bi
  • *Projeto envolve infraestrutura do Paque Olímpico, da Vila dos Atletas e da Vila Carioca. Não compreende os equipamentos esportivos // Fontes: Empresa Olímpica Municipal e governo federal

O valor inclui o custo dos projetos olímpicos já anunciados por autoridades. Nele, entram os gastos com as grandes obras de transporte para a Olimpíada, com a revitalização da região portuária do Rio –prometida na candidatura da cidade à sede dos Jogos de 2016–, além do que foi gasto com outras intervenções já concluídas.

Esse montante está R$ 7,5 bilhões abaixo do custo estimado no dossiê de oficial de candidatura do Rio à sede dos Jogos. Contudo, ainda está longe de ter tudo o que a cidade prometeu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para receber a Olimpíada. Também não inclui aquilo que está sendo feito para a Copa do Mundo de 2014 e será usado em 2016.

Ficaram fora da conta elaborada pelo UOL, por exemplo, os custos da reforma do Maracanã (R$ 859 milhões), do Aeroporto Internacional do Galeão (R$ 844,7 milhões) e da construção do corredor de ônibus Transoeste (R$ 1,88 bilhão). Todos já entraram na fatura do Mundial de 2014.

Também não foram contabilizados os custos de todos os projetos que, apesar de prometidos, não tiveram o seu orçamento oficialmente anunciado. Dessa lista, constam a construção do Parque Olímpico de Deodoro e de outros espaços esportivos que ainda têm de ser feitos até 2016.

O UOL procurou a Prefeitura do Rio de Janeiro, o governo estadual e federal para obter estimativas sobre o custo dessas obras. Como esses projetos estão em fase de elaboração, as autoridades não divulgaram os orçamentos.

A expectativa é de que a conta completa da Rio-2016 seja conhecida só em meados do ano que vem, a três anos dos Jogos. Essa previsão foi divulgada pela presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, no início do mês.

Obras

A falta de um orçamento consolidado da Olimpíada, entretanto, não impede o início das obras de preparação para o evento. A reforma do Sambódromo, o Parque dos Atletas e o Centro de Operações, inclusive, já foram entregues. Aliás, antes do prazo previsto.

A reforma do Porto do Rio, os corredores de ônibus Transcarioca e Transolímpica também já começaram. Todos devem ficar prontos antes de 2016. O mesmo acontece com a infraestrutura do Parque Olímpico, que será viabilizada por meio de uma parceria público-privada (PPP).

Outras PPPs serão responsáveis pelas maiores obras para a Olimpíada. Além do Parque Olímpico, a Linha 4 do Metrô, o VLT e a revitalização da região portuária serão feitas por meio de convênios entre governo e empresas. Juntos, esses projetos custarão R$ 16,1 bilhões. Nem todos eles têm completamente definido o quanto de dinheiro público vai ser utilizado.

No caso da Linha 4 do Metrô, a participação do governo e da Concessionária Rio Barra nos investimentos está em discussão. A obra tem custo estimado de R$ 5,6 bilhões. Contudo, devido a alterações no projeto, não se sabe quanto será pago por cada parte.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a intenção do governo é usar o mínimo de dinheiro público nas obras. Por isso, as PPPs estão sendo priorizadas para os Jogos.

Legado

A expectativa da Prefeitura é que a Olimpíada sirva como um catalisador de investimentos necessários para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. De acordo com o prefeito, quando os Jogos acabarem, a cidade terá um novo sistema de transporte, novos parques, centros esportivos e o dobro de sua capacidade hoteleira atual.

Com isso, o governo espera que a quantidade de pessoas que utilizam o transporte público de massa no Rio passe de 18% para 63% da população da cidade, que o Rio se torne um dos lugares mais visitados do mundo e que, em 2020, a capital fluminense seja o melhor lugar para se viver no hemisfério sul. Objetivos grandiosos que demandarão grandes investimentos, dos quais boa parte ainda é só uma promessa feita ao COI em 2009.

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