A presidente Dilma Rousseff indicou um militar para a presidência da APO (Autoridade Pública Olímpica). O órgão que centraliza todas as informações e responsabilidade sobre a preparação do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016 está sem presidente desde o início de agosto. Dilma quer que o general Fernando Azevedo e Silva assuma a função.

Na segunda-feira, a Presidência da República enviou uma mensagem ao Senado com a indicação de Azevedo e Silva para o cargo. A Casa, agora, deve sabatinar o general e informar à presidente se aceita sua escolha. Se o Senado não se opuser à decisão de Dilma, Fernando Azevedo e Silva será nomeado e assumirá a APO.

Na APO, o general deve assumir o lugar vago deixado pelo ex-ministro Marcio Fortes, que renunciou em agosto. Fortes ocupava a presidência da Autoridade Olímpica desde 2011. Ele também havia sido indicado pela presidente Dilma, mas pediu demissão após ver a APO perder importância nas discussões sobre os rumos da preparação para a Rio-2016.

Desde a renúncia de Fortes, a APO é comandada por um presidente interino: Elcione Macedo.

A saída de Fortes também abriu uma discussão sobre o futuro da Autoridade Pública Olímpica. O órgão é um consórcio entre o governo federal, estadual e a prefeitura do Rio de Janeiro. O próprio prefeito Eduardo Paes declarou após a renúncia de Fortes que a APO deveria ser extinta.

"A APO não faz falta nenhuma. A vida está andando. Ela não atrapalha nenhuma decisão e não ajuda em nenhuma decisão. Nosso diálogo é com o Ministério do Esporte, a Casa Civil e o comitê organizador", afirmou Paes, no início de setembro.

A opinião de Paes, entretanto, não mudou os planos do governo federal. O general Azevedo e Silva reuniu-se nesta terça-feira com o ministro da Defesa, Celso Amorim, para tratar de sua dispensa para que possa assumir a APO. O Ministério da Defesa informou que o general foi indicado para a APO após recomendação do Ministério do Esporte.

Fernando Azevedo e Silva é general do Exército. Desde 2012, é presidente da Comissão de Desporto Militar. Antes de assumir esse cargo, ajudou na organização da quinta edição do Jogos Mundiais Militares, realizados em 2011 no Rio.

Logo após tomar conhecimento da indicação de Dilma, a assessoria de imprensa da Prefeitura do Rio divulgou uma nota apoiando a decisão da presidente: "O prefeito Eduardo Paes apoia toda e qualquer decisão da presidenta Dilma Rousseff sobre a APO e afirma que a prefeitura vai trabalhar em parceira com o novo presidente na preparação para os Jogos Olímpicos 2016."

*Atualizado às 12h15