Lista de obras para Rio-2016 demora a sair e planejamento está mais atrasado que o da Copa

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • AP Photo/Felipe Dana

    Rio foi escolhido como sede da Olimpíada de 2016 em 2009. Até agora, lista de preparativos não saiu

    Rio foi escolhido como sede da Olimpíada de 2016 em 2009. Até agora, lista de preparativos não saiu

Enquanto governo e organizadores focam esforços para a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, um novo problema surge no horizonte: a Olimpíada de 2016. Faltando pouco mais de quatro anos para os Jogos, a lista de obras necessárias para o evento ainda não foi definida, o que torna a preparação para a Rio-2016 mais atrasada do que a da Copa de 2014.

Pensando no Mundial de futebol, o governo divulgou em janeiro de 2010, ou seja, quatro anos e seis meses antes do evento, a Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo. 

O documento enumerou todos os investimentos em mobilidade urbana, estádios, portos e aeroportos que seriam feitos até junho 2014. Nele também estavam descritos quanto cada item deveria custar, quem pagaria por eles e quem executaria cada obra listada.

OBRA CONTESTADA

  • A construção do Parque Olímpico para a Rio-2016 já foi contestada na Justiça. Em janeiro, uma liminar impediu a licitação da obra, considerada a mais importante para a Olimpíada.

No caso da Rio-2016, esse documento não saiu até agora. Sua divulgação chegou a ser prevista para março deste ano, mas devido discussões ainda em andamento a chamada Matriz de Responsabilidades da Olimpíada só deve sair no mês que vem, quatro anos antes dos Jogos.

Antes de ser divulgado, o documento ainda passará pela análise do Conselho Público Olímpico. O  órgão reúne o governo federal, do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura do Rio. É ele quem vai dar a palavra final sobre quais serão os investimentos necessários para a Rio-2016.

Sabe-se já que a Matriz de Responsabilidades da Olimpíada deve ter 264 medidas. Esse número foi divulgado pela presidente da comissão de coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), Nawal El Moutawakel, durante sua última visita ao Rio, no início do mês. A título de comparação, a Matriz de Responsabilidades da Copa tem atualmente 103 obras. O custo delas está na casa dos R$ 27 bilhões.

Na mesma visita ao Rio, El Moutawakel, pediu celeridade na preparação da cidade para a Olimpíada de 2016. Também fez um alerta para os curtos prazos para as obras. “Os prazos de entrega das obras estão muito apertados e há muito o que fazer”, disse ela, em entrevista coletiva.

Entretanto, para o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, não há motivos para preocupação quanto ao momento que a matriz será divulgada. Segundo ele, a maior parte dos projetos para a Olimpíada já foi definida e as obras estão andando.

“A divulgação da Matriz de Responsabilidades é uma simples consolidação de um trabalho que já estamos fazendo”, afirmou Fortes, em entrevista ao UOL. “Muitas obras já estão em andamento e as que tomam mais tempo já foram definidas.”

Como exemplo de grandes obras já em fase adiantada de planejamento, Fortes citou o Parque Olímpico da Rio-2016, que deve abrigar a maior parte das estruturas esportivas dos Jogos, e o Parque Olímpico de Deodoro, que também receberá competições. Ambos já têm financiadores e executores. As obras não começaram.

O presidente da APO, inclusive, era ministro das Cidades quando a Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo foi assinada, em 2010. Foi ele quem firmou o compromisso a respeito das obras de mobilidade urbana pelo lado do governo federal.

Segundo Fortes, no caso da Olimpíada, está sendo feito uma revisão completa da lista de obras para que ela seja a mais definitiva possível. Por isso, depois que essa lista for divulgada, ela não deve passar por alterações, como tem sido feito com a lista da Copa. 

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